Professor Josué Melo defende futuro da cidade com educação, cultura e desenvolvimento
‘Feira é uma cidade grande, mas precisa se tornar uma grande cidade’

O futuro de Feira de Santana, que caminha para seus 200 anos, foi o centro da entrevista com o professor Josué Melo, diretor-presidente do Instituto de Educação e Desenvolvimento (Ined). Ele voltou recentemente de Brasília, onde participou da Missão Brasília 2025, em busca da implantação de uma Universidade Federal no município e a articulação de novos investimentos para a cidade.
“Plantamos muitas sementes em Brasília. Agora é hora de regar para que deem frutos”, disse. A comitiva, formada por empresários, políticos, vereadores, representantes da imprensa e lideranças sociais, apresentou propostas ao governo federal, entre elas a criação da Universidade Federal de Feira de Santana.
Segundo o professor, a proposta é transformar o atual campus da UFRB em Feira de Santana em um campus autônomo.
“É um projeto diferenciado. Já temos 11 cursos, 1.200 alunos e um campus próprio com 12 prédios, no bairro SIM, cercado por quatro grandes avenidas. Isso significa que a universidade já nasce implantada, sem depender de grandes recursos iniciais do governo”, explicou.
O terreno principal, de mais de 50 mil m², foi doado pelo Ined. O professor defende a verticalização das construções para otimizar espaço e reduzir custos: “Uma universidade não precisa ser toda horizontal. Podemos ter prédios de oito ou dez andares, como acontece em outros países”.
Há também uma segunda área, pensada para projetos de agricultura e energia solar, mas a prioridade é aproveitar a estrutura já existente. O plano, segundo Josué, já foi entregue a vários ministérios, à Casa Civil e até ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além da universidade, o professor alertou para desafios econômicos: “Feira de Santana é uma cidade grande, mas ainda não é uma grande cidade”. Ele destacou que o PIB local, hoje em torno de R$ 17 bilhões, caiu de segundo para terceiro no ranking estadual e corre o risco de perder mais posições. “Nosso comércio tem encolhido e a industrialização perdeu fôlego. Precisamos de novos investimentos e de qualificar a indústria e o comércio”, disse.
Para o professor, investir em cultura também é estratégico. Ele propôs transformar São José em um grande polo cultural e turístico, com novos acessos e programação permanente: “Isso pode gerar emprego, renda e fortalecer o turismo além da Micareta”.
A entrevista reforçou a ideia de que a Missão Brasília 2025 precisa se tornar um movimento permanente. “Esperar não é ficar parado; é esperar se movimentando, participando e lutando”, afirmou.
Aos 90 anos, Josué Melo mantém entusiasmo: “Sou um filho apaixonado por Feira de Santana. Quero vê-la alcançar o patamar de grande cidade que merece”.







