Prefeito chama de “ação política” informações de dívida de R$ 850 mil a Sesab
De acordo com a Sesab, em 2024, a prefeitura não efetuou nenhum pagamento ao consórcio
A Secretaria Estadual de Saúde informou que a Prefeitura de Feira de Santana acumula uma dívida de mais de R$ 850 mil com o Consórcio Público Interfederativo de Saúde, responsável pela gestão da Policlínica Regional de Saúde no município. De acordo com a Sesab, em 2024, a prefeitura não efetuou nenhum pagamento ao consórcio, sendo o único entre os 29 municípios consorciados a não cumprir suas obrigações financeiras, o que gerou preocupações sobre a sustentabilidade financeira da unidade.
Marcos Pereira, coordenador dos Consórcios Estaduais de Saúde, destacou que essa inadimplência sobrecarrega os demais municípios consorciados.
“A consequência direta dessa inadimplência é uma pressão financeira sobre os demais municípios consorciados, que se veem obrigados a cobrir os custos operacionais da unidade. Esses custos incluem o pagamento de salários de médicos, enfermeiros e técnicos, além da manutenção essencial dos equipamentos médicos.”
Ainda segundo a Sesab, no ano passado, a dívida da prefeitura com o consórcio chegou a ultrapassar R$ 1,6 milhão, resultando em atrasos na manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos, o que impactou a continuidade dos serviços. Um exemplo foi o atraso na substituição de um tubo de tomografia computadorizada, cujo custo superava R$ 500 mil.
Karlos Figueiredo, superintendente da rede estadual, avaliou que a falta de pagamento por parte da prefeitura de Feira de Santana reflete uma gestão que enfrenta desafios na manutenção dos serviços de saúde pública.
“A falta de pagamento por parte da Prefeitura de Feira de Santana não pode ser vista como um problema isolado; ela reflete uma gestão descomprometida com a saúde pública e com o bem-estar de sua população”, avalia.
Resposta do Prefeito Colbert Martins
Durante a inauguração do CMDI II, o prefeito Colbert Martins rebateu as informações divulgadas pela Secretaria Estadual de Saúde, classificando-as como uma “ação política”.
“É uma ação política, o Governador teve aqui ontem, no dia que o Governador vem, ficam lançando essas informações. O Governo do Estado deve R$ 1,019 milhão a Prefeitura, a Prefeitura deve R$ 895 mil ao Governo do Estado e sempre se fez numa compensação. Então nós vamos fazer a compensação, agora querer tratar isso como política é algo de baixíssimo nível. Sempre fizemos essa compensação, agora quando vem o governador aparece algum puxa-saco pra querer fazer politicagem, mas eu não permito que a gente misture saúde na política.”