Preço dos combustíveis sobe 2,32% em fevereiro em Feira de Santana, aponta pesquisa
O levantamento utilizou dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
Os combustíveis em Feira de Santana registraram um aumento médio de 2,32% no mês de fevereiro em comparação a janeiro, segundo uma pesquisa do programa Conhecendo a Economia Feirense, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). O levantamento utilizou dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e considerou os preços médios da gasolina comum, etanol, GLP (gás de botijão), óleo diesel e GNV (gás natural veicular).
O secretário executivo do Sindicombustíveis Bahia, Marcelo Travassos, explicou que o reajuste nos preços reflete a composição tributária e as oscilações do mercado internacional.
“Os combustíveis, de uma forma geral, são commodities que têm seus preços influenciados por fatores internacionais. A geopolítica mundial interfere diretamente nas alterações de valores desse segmento, seja na produção, na distribuição ou na revenda”, afirmou.
Ele destacou que eventos globais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, impactam diretamente os preços, especialmente do diesel.
“Se olharmos um pouco para trás, vamos enxergar um preço do diesel bem diferente do que vemos hoje. A partir da guerra, o valor teve uma inversão significativa porque Rússia e Ucrânia são grandes fornecedores de gás natural para a Europa. Com o fornecimento interrompido, os países europeus passaram a utilizar o diesel como fonte de energia, o que elevou seu preço no mercado mundial”, explicou Travassos.
Outro fator que influencia os preços é a política internacional de petróleo. “Na semana passada, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um pronunciamento sobre possíveis retaliações a países que comprarem petróleo ou derivados da Venezuela. Isso impacta diretamente os preços, pois a Venezuela é um dos grandes produtores mundiais de petróleo e a restrição na compra altera a relação entre oferta e demanda”, pontuou o secretário executivo.
No cenário local, Travassos ressaltou que Feira de Santana sofre influência tanto das variações internacionais quanto da concorrência entre os postos de combustíveis.
“Além da pressão global, há também pressões internas, pois os postos buscam atrair clientes. Isso pode resultar em preços que oscilam para cima ou para baixo, dependendo do momento. Na Bahia, por exemplo, os preços são ajustados semanalmente pelo produtor, seja para mais ou para menos”, concluiu.
*Com informações do repórter Matheus Gabriel