O pastor Tom, ex-deputado estadual e pré-candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia, afirmou que sua trajetória política foi construída “do zero”, a partir da periferia de Feira de Santana, e voltou a defender a necessidade de a cidade ter representantes com voz ativa no Parlamento estadual.

Natural de Feira de Santana, o pastor relembrou que foi vereador por três mandatos consecutivos e que entrou para a história do município ao sair da Câmara Municipal e se eleger deputado estadual.

“Não herdei pai rico nem mãe rica. Não levei ninguém da minha família para a política. Foi uma construção. Eu vim da comunidade da Rua Nova, trabalhei como carregador no Centro de Abastecimento, como ajudante de pedreiro e segurança. Sou fruto do povo de Feira de Santana”, afirmou.

Segundo ele, essa origem o motiva a colocar novamente o nome à disposição do eleitorado. “Feira de Santana precisa ter um representante que fale a língua do povo. Hoje a gente não vê voz defendendo de verdade a saúde, a educação e a segurança da cidade”, declarou.

Durante a entrevista, o pré-candidato comentou uma pesquisa estimulada divulgada pelo site Bahia na Política, realizada pela empresa Economic Consultoria e Pesquisa entre os dias 24 e 27 de novembro, que apontou seu nome entre os mais citados para deputado estadual em Feira de Santana. Pastor Tom aparece com 6,7% das intenções de voto, mesmo sem mandato há quatro anos.

“Todas as pesquisas que surgem em Feira de Santana mostram meu nome bem posicionado e eu não tenho mandato. Isso mostra que a cidade clama por representação. Para mim, essa porcentagem é muito significativa”, avaliou. Ele também lembrou que obteve quase 11 mil votos na última eleição e disse acreditar na ampliação desse apoio. “O trabalho está sendo construído”, pontuou.

Pastor Tom afirmou confiar no apoio do prefeito José Ronaldo de Carvalho, com quem diz manter compromisso político.

“Tenho a palavra do prefeito de que meu nome será impulsionado como um dos candidatos do grupo. Eu acredito na palavra do ser humano e sigo aguardando esse retorno”, disse.

Pautas defendidas

Questionado sobre as bandeiras que pretende defender, o pré-candidato afirmou que não adota posições ambíguas.

“Eu não fico em cima do muro. Vou defender a família, a fé e os princípios cristãos. Sou contra a liberação das drogas e contra o aborto”, afirmou.

Ele também destacou a necessidade de políticas públicas mais eficazes para as periferias. “Quem vem de bairro periférico sabe a dificuldade que o povo passa. Falta saúde, falta segurança e falta educação. Defendo escolas de tempo integral. Enquanto não tivermos isso, vamos continuar perdendo jovens para o tráfico”, alertou.

Policial militar há 28 anos, o pastor Tom fez uma análise da situação da segurança pública na Bahia. Segundo ele, não falta empenho da Polícia Militar, mas sim investimento.

“O policial sai de casa sem saber se vai voltar. Não é possível um profissional com quase 30 anos de serviço ganhar cerca de cinco mil reais. Falta recurso, falta inteligência e falta monitoramento”, afirmou.

Ele também citou a atuação de facções criminosas no estado e defendeu ações mais firmes. “A Bahia virou rota do tráfico. Quando o governo quer, resolve. Falta foco e mais dureza nas leis”, completou.

Críticas a candidaturas de fora

Outro ponto criticado foi o apoio de lideranças locais a candidatos de outras cidades.

“Vejo isso com tristeza e hipocrisia. Muitos dizem que é preciso votar em quem é de Feira, mas apoiam candidatos de fora. Assim, a cidade perde força e representatividade”, lamentou.

Ao encerrar a entrevista, o pré-candidato reforçou sua ligação com o município. “Feira de Santana é uma cidade bairrista e que vota em quem é da terra. Acredito que podemos eleger um representante que fale a língua dessa cidade maravilhosa. Feira de Santana, eu te amo”, concluiu.