Pneumologista destaca o impacto do tabagismo na saúde dos homens e os caminhos para superar o vício
Globalmente, mais de 8 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo de tabaco, sendo que 1,2 milhão dessas mortes são de não fumantes expostos ao fumo passivo.
O tabagismo continua sendo uma das principais causas de morte evitável no Brasil e no mundo. No país, ele é responsável por 443 mortes diárias, totalizando mais de 161 mil mortes por ano, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Globalmente, mais de 8 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo de tabaco, sendo que 1,2 milhão dessas mortes são de não fumantes expostos ao fumo passivo.
Durante a campanha Novembro Azul, que aborda a saúde masculina, o pneumologista Dr. Ivan Júnior discutiu os impactos do tabagismo, especialmente entre os homens.
“O cigarro começa como uma experiência social, mas rapidamente se torna um vício difícil de abandonar. Ele reduz a ansiedade momentaneamente, o que aumenta a dependência, mas traz sérias consequências a longo prazo”, explicou o médico.
Dr. Ivan destacou que o cigarro não afeta apenas os pulmões, mas todos os órgãos do corpo onde há circulação sanguínea.
“Com o tempo, o cigarro aumenta o risco de infarto, AVC, cânceres — especialmente de pulmão —, além de problemas vasculares que podem levar até à amputação de membros. Quem fuma tem muito mais chances de desenvolver essas condições do que quem não fuma”, alertou.
O médico também chamou atenção para os cigarros eletrônicos, que estão em alta, principalmente entre os jovens. Apesar de serem uma tecnologia recente, os danos já são evidentes.
“Eles podem causar reações alérgicas graves e até morte no primeiro contato. Há também casos de inflamações no pulmão semelhantes às da COVID-19, levando o indivíduo à UTI. É como se estivéssemos plantando algo ainda pior para o futuro”, afirmou.
Desde 2010, o consumo de tabaco no Brasil caiu cerca de 35%, colocando o país entre os líderes mundiais na redução do tabagismo, segundo a OMS. Dr. Ivan comentou as mudanças sociais que contribuíram para isso.
“Hoje, é raro ver alguém fumando em locais fechados, como ônibus ou restaurantes. Antigamente, até aviões tinham áreas para fumantes! Mas, apesar dessa vitória, substituímos o cigarro por outros problemas, como o uso de maconha, cocaína e cigarro eletrônico”.
Questionado sobre os sinais de dependência, o médico explicou que questionários simples podem ajudar a identificar o grau do vício.
“Pergunte quanto tempo a pessoa demora para fumar após acordar, quantos cigarros fuma por dia e se já tentou parar antes. Muitas vezes, o fumante acredita que pode parar quando quiser, mas a realidade é que, mesmo após parar, a vontade de fumar pode persistir por toda a vida.”
Para quem deseja abandonar o cigarro, o primeiro passo é reduzir a quantidade de cigarros fumados diariamente e procurar ajuda profissional.
“O acompanhamento médico, muitas vezes aliado ao apoio psicológico, é essencial. Medicamentos, adesivos de nicotina e atividades físicas podem ajudar no processo”, orientou Dr. Ivan.
Ele também destacou a importância da força de vontade: “A decisão de parar é o primeiro grande passo. Sem ela, o sucesso é quase impossível. E, mesmo que a pessoa falhe na primeira tentativa, é importante tentar novamente. Cada tentativa é um avanço”.
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