Política

“Petrobras precisa retomar o setor de distribuiçãode combustíveis em todo o país”, defende Deyvid Bacelar

Bacelar lamentou que o preço dos combustíveis continue sendo determinado, em alguns estados (como a Bahia e o Amazonas)

16/05/2025 16h12
“Petrobras precisa retomar o setor de distribuiçãode combustíveis em todo o país”, defende Deyvid Bacelar

O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Deyvid Bacelar disse nesta sexta-feira (16) que a Petrobras precisa retomar o setor de distribuição de combustíveis no país para que o preço da gasolina e do diesel volte a ser aplicado de uma forma justa nos postos de gasolina brasileiros. Bacelar lamentou que o preço dos combustíveis continue sendo determinado, em alguns estados (como a Bahia e o Amazonas) pelas refinarias privatizadas e pela empresa Vibra Energia, que controla hoje o setor de distribuição no país desde que a Petrobras Distribuidora foi privatizada nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.

“A Vibra Energia vem utilizando a marca Petrobras e até mesmo a marca BR Mania, através de um contrato feito no governo anterior por um período de 10 anos. O governo Lula já sinalizou que esse contrato não será renovado. No entanto, ainda não temos, por parte da Petrobras, nenhum movimento indicando a criação de uma nova empresa subsidiária para cuidar da distribuição”, destacou Bacelar.

No entendimento da FUP, a Petrobras precisa retomar esse mercado.

“Fizemos essa indicação no Capítulo de Energia do programa de governo do presidente Lula”, frisou o coordenador da FUP, que também é membro de dois conselhos do governo federal: o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) e o de Participação Social (CPS). “Sabemos da necessidade de retornar ao setor de distribuição. Nos últimos meses, apesar dos preços terem sido reduzidos pelo governo federal, essa redução, bastante significativa, não está chegando ao consumidor final. O diesel já caiu mais de R$1,45, mas a Acelen (antiga refinaria Landulpho Alves – RLAM, localizada em São Francisco do Conde), por exemplo, não reduz os preços; pelo contrário, aumenta”, reclama Bacelar.

No Amazonas, a gasolina já está sendo comprada por nove reais. Nessa região não há uma refinaria da Petrobras, mas sim a Refinaria da Amazônia (REAM), controlada pelo grupo Atem. Segundo Bacelar, é uma refinaria que não refina.

“Eles importam combustíveis pela Zona Franca de Manaus, ganham isenção de todos os impostos federais e vendem essa gasolina a nove reais”, denuncia.

Bacelar voltou também a criticar a distribuição excessiva de dividendos da Petrobras para acionistas da empresa, principalmente estrangeiros que têm ações da Companhia na Bolsa de Nova Iorque.

“Não compreendemos como uma empresa tão lucrativa como a Petrobras, que paga R$11 bilhões em dividendos para seus acionistas, possa deteriorar o pagamento da remuneração variável dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa, que são aqueles que verdadeiramente ajudam a empresa a ter resultados lucrativos como este”, reclama o dirigente sindical. A Petrobras anunciou um lucro de R$35 bilhões no primeiro trimestre de 2025.

Bacelar informou ainda que a FUP apresentou nesta semana uma contraproposta relacionada com a questão do Teletrabalho, Participação nos Lucros e Resultados e cobrou ações da empresa em relação à segurança no trabalho.

“Estamos em estado de greve, aguardando uma resposta da empresa. É preciso que a Petrobras volte a ter um efetivo que garanta essa segurança no ambiente de trabalho. A Petrobras perdeu 40 mil funcionários nos governos anteriores e a recomposição deve ser feita com a convocação de todo o cadastro de reserva do concurso público que está em aberto. Cobramos também que sejam realizados novos concursos públicos”.

Deyvid Bacelar manifestou desapontamento pelo fato de a presidenta Magda Chambriard querer lançar nos braços dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras a culpa pela queda no valor do barril do petróleo no mercado internacional.

“Ela diz que vai cortar custos e aplicar a austeridade, e que isso vai cair em custos de pessoal, que significam muito pouco diante dos custos da Petrobras. Nós representamos apenas 7% dos custos totais dessa grande empresa de capital intensivo, que fatura mais de 500 bilhões de reais por ano. É óbvio que não iremos aceitar isso”, ressaltou Bacelar.

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