Pesquisadora brasileira relata rotina sob bombardeios em Israel: “Vivemos um cenário que nunca enfrentamos antes”
Há quase seis anos vivendo em Israel, Andressa descreveu um cenário de guerra cada vez mais intenso e assustador após ataques recentes atribuídos ao Irã.
Direto de Israel, a pesquisadora em estratégia militar e líder cristã Andressa Nascimento concedeu entrevista ao programa Jornal do Meio Dia, da Rádio Princesa FM. Há quase seis anos vivendo em Israel, Andressa descreveu um cenário de guerra cada vez mais intenso e assustador após ataques recentes atribuídos ao Irã.
“Agora, praticamente todos os dias temos mísseis voando perto da nossa localização. Inclusive, um caiu muito próximo da minha casa. Eu estava viajando a trabalho, mas meu vizinho me enviou um vídeo. As sirenes tocam de dia, de madrugada. Antes, tínhamos trinta minutos para buscar abrigo, agora temos apenas dez. A qualquer momento pode tocar e temos que correr para os bunkers”, relatou Andressa.
Ela contou ainda que a rotina está severamente alterada. “Ônibus quase não circulam mais, e quando estamos nas ruas, se a sirene tocar, temos que nos jogar no chão e proteger a cabeça. É uma realidade muito dura nestes últimos seis dias”, disse. De acordo com a pesquisadora, muitas pessoas já estão desabrigadas, especialmente em Tel Aviv, cidade que tem sido alvo frequente dos bombardeios.
Sobre o ataque a um hospital na parte sul do país, perto da fronteira com Gaza, Andressa confirmou que o cenário é de grande destruição.
“Não só o hospital foi afetado, como várias pessoas que moram em apartamentos perderam suas casas. O país está em caos”, afirmou.
Ela também comentou os números preliminares de mortos: “Fala-se em mais de duzentos mortos no Irã e mais de vinte em Israel, mas os dados ainda são analisados. Como foram prédios que colapsaram, é necessário identificar quem vivia ali, se havia visitantes. É praticamente um estudo de caso. O número pode ser maior”.
Andressa revelou que, apesar de suas pesquisas indicarem a possibilidade de uma escalada no conflito, a maioria da população foi pega de surpresa.
“98% das pessoas não esperavam essa guerra. Acreditavam que o pior já havia passado. Como pesquisadora, eu torci para que minha análise estivesse errada, mas infelizmente não estava”, lamentou.
Quanto ao apoio popular às ações militares, ela foi direta: “A população está preocupada em sobreviver. Há apoio às medidas do governo, sim, mas é por necessidade. Estamos falando de um grupo terrorista que oprime pessoas inocentes do outro lado também. É uma realidade delicada para todos”.
Questionada sobre a possibilidade de os Estados Unidos entrarem diretamente no conflito, Andressa confirmou que há movimentações nesse sentido.
“O governo de Israel está confiante de que os EUA vão intervir. Há informações de que militares norte-americanos já estão sendo preparados. A guerra está caminhando para um cenário de Terceira Guerra Mundial”, alertou.
Andressa destacou como a guerra paralisou o país. “Misséis estão caindo nas ruas, praças e apartamentos. O governo está adotando medidas mais restritivas do que as da guerra de outubro. Já se fala até em aumento do desemprego. Escolas e empresas estão paradas. O país está vivendo uma emergência sem precedentes.”