Paralisação de obra no Santuário Senhor dos Passos preocupa fieis
A obra de reforma, que deveria ser emergencial, ainda não avançou conforme esperado, causando preocupação entre fiéis e a administração do templo.
A comunidade do Santuário Senhor dos Passos, em Feira de Santana, vive há meses com a incerteza e o impacto da interdição parcial da igreja, um dos marcos históricos e arquitetônicos mais significativos da cidade. A obra de reforma, que deveria ser emergencial, ainda não avançou conforme esperado, causando preocupação entre fiéis e a administração do templo.
O problema começou no dia 11 de janeiro, quando um pináculo da estrutura histórica desabou. Desde então, áreas ao redor da igreja e banheiros foram interditados, gerando transtornos para a comunidade.
“Nós da paróquia Santuário Senhor dos Passos estamos enfrentando uma grande dificuldade. O pináculo caiu em janeiro, e logo acionamos as autoridades competentes. O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) foi informado e solicitou uma vistoria detalhada. Esse laudo detectou risco de queda de outros pináculos e estruturas de concreto comprometidas”, relata o pároco, padre Júlio Santa Bárbara.
O IPAC concluiu o relatório técnico que aponta a necessidade urgente de intervenção. No entanto, apesar de o caráter emergencial da obra ter sido reforçado por autoridades, como o secretário de Cultura Bruno Monteiro e o deputado José Neto, a reforma não avançou.
“De janeiro até agora, nada foi feito concretamente. Estamos cobrando celeridade do IPAC, da Secretaria de Cultura e do próprio governador Jerônimo Rodrigues. Precisamos de uma resposta mais rápida”, afirma o padre.
A situação vai além da questão estrutural. O cenário dos tapumes, que cercam o santuário neogótico, gera descontentamento estético e social.
“A comunidade se mostra chateada pela poluição visual e pela interdição de áreas ao redor da igreja. Os banheiros estão inacessíveis, o que é constrangedor para os devotos que visitam o templo”, lamenta o pároco. A preocupação se estende também à segurança e à dignidade do local, que, segundo ele, “acaba sendo utilizado por pessoas em situação de rua para necessidades fisiológicas, facilitado pela presença dos tapumes”.
Em nome da paróquia e de toda a comunidade, padre Júlio reforça o apelo para que a reforma seja tratada com a urgência necessária.
“Pedimos, em nome de todo o povo, uma resposta efetiva das autoridades para que esse templo, tão importante para nossa cidade, possa ser restaurado e reaberto plenamente.”
Nossa produção entrou em contato com a Conder e com o Ipac, e aguarda retorno dos órgãos.
*Com informações do repórter Rafael Marques