Padres brasileiros comentam demora para resultado da 1ª votação do Conclave
Na Praça de São Pedro, onde cerca de 50 mil pessoas aguardavam com expectativa, o clima foi de surpresa e reflexão.
A primeira fumaça do Conclave que escolherá o novo Papa surgiu na noite desta quarta-feira (7), marcando oficialmente o fim do primeiro escrutínio sem a eleição de um sucessor para o Papa Francisco. Como já era esperado, a fumaça foi preta, indicando que nenhum dos 133 cardeais reunidos alcançou os 89 votos necessários para eleger o novo pontífice. No entanto, o que surpreendeu fiéis e religiosos foi o atraso incomum na liberação da fumaça, que só apareceu cerca de uma hora e meia depois do horário previsto pelo Vaticano.
Na Praça de São Pedro, onde cerca de 50 mil pessoas aguardavam com expectativa, o clima foi de surpresa e reflexão. O reitor do Colégio Pio Brasileiro, padre Valdir Cândido Moraes, destacou o ineditismo da multidão em uma primeira votação.
“Nunca se viu algo assim no primeiro escrutínio. Essa quantidade de gente aqui na praça foi surpreendente, uma verdadeira demonstração de fé. O mais curioso foi o atraso. Estava previsto para às 19h30, mas a fumaça só saiu às 21h. É inevitável se perguntar o que aconteceu”, relatou padre Valdir, em entrevista à Rádio Sociedade News, de Feira de Santana.
Apesar da surpresa, padre Valdir acredita que o Vaticano não dará explicações sobre o motivo do atraso:
“Depois que os cardeais entram no Conclave, qualquer informação interna é totalmente sigilosa. O processo é todo reservado. Agora, tudo pertence ao coração de Deus.”
Na véspera do início do Conclave, o Colégio Pio Brasileiro viveu um momento especial com a despedida dos cardeais brasileiros hospedados na instituição. A cerimônia de envio, segundo o reitor, foi marcada por orações e emoção.
“Fizemos aquilo que era nossa obrigação espiritual: entregá-los em oração para que possam cumprir essa missão e nos trazer o novo Papa. Foi um momento com cânticos, preces e muita fé.”
O padre Frederico Martins, de Diamantina (MG), que acompanhou a movimentação na Praça de São Pedro. Ele ressaltou que toda a Igreja participa do Conclave, mesmo à distância, em oração.
“É uma experiência única. Nós não estamos apenas assistindo. O Conclave é também da Igreja inteira, que reza para que o Espírito Santo ilumine os cardeais. O novo Papa será aquele que virá após o queridíssimo Papa Francisco.”
Sobre o atraso da fumaça, padre Frederico reconhece a estranheza, mas pondera: “É muita gente, são 133 cardeais, muitos idosos. Tudo é feito com muito cuidado e calma. Pode ter sido apenas o tempo do rito, mas é normal que as pessoas fiquem se perguntando… será que teve um problema na estufa onde queimam os papéis? Ninguém saberá ao certo.”
A expectativa agora é para os próximos escrutínios, quando, segundo especialistas, os votos começam a se concentrar em nomes mais viáveis. Enquanto isso, permanece a vigília e a oração dos fiéis, como lembrou padre Valdir:
“Estamos vivendo um momento sagrado. A Igreja reza pelo novo Papa, e já o ama, mesmo sem conhecê-lo.”
*Com informações de Jorge Biancchi, direto de Roma