Ozempic passa a exigir retenção de receita nas farmácias brasileiras a partir de junho de 2025
A nutróloga Dra. Aline Jardim reforçou a importância da decisão
A partir de junho de 2025, a compra do Ozempic e de outros medicamentos similares utilizados no tratamento da diabetes tipo 2 e no controle de peso, como Mounjaro, Wegovy e Saxenda, exigirá a retenção da receita médica nas farmácias de todo o Brasil. A decisão foi publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União no dia 16 de abril e entra em vigor 60 dias após a publicação.
A medida tem como objetivo coibir o uso indiscriminado e sem prescrição médica desses medicamentos, que vêm sendo popularizados nas redes sociais como “canetinhas emagrecedoras”. A Anvisa atendeu a uma demanda de médicos e do Conselho Federal de Medicina (CFM), preocupados com os riscos à saúde do uso sem acompanhamento profissional.
A nutróloga Dra. Aline Jardim reforçou a importância da decisão. “O Ozempic é uma medicação que traz excelentes resultados quando bem indicada. Mas precisa ser usada com critério, com diagnóstico médico, porque existem contraindicações sérias”, alertou.
Ela explicou que o medicamento atua como um análogo do hormônio GLP-1, que age em áreas como o intestino, o pâncreas e o hipotálamo – este último responsável pelo controle da fome.
“Ele promove saciedade e redução da ingestão de alimentos, contribuindo para a perda de peso. Mas não é para todo mundo”, frisou.
Segundo a especialista, há grupos de risco que devem evitar o uso desses medicamentos.
“Pacientes com histórico de tumor na tireoide, com retinopatia, alterações oculares ou pedra na vesícula, por exemplo, não devem utilizar esse tipo de medicamento injetável”, explicou.
Dra. Aline também destacou a importância da nova regulamentação para a segurança dos pacientes.
“Quando o uso é feito sem prescrição, não temos o histórico clínico do paciente. Se ele tiver alguma reação adversa, não conseguimos saber a causa. Com a exigência da receita retida, o médico poderá fazer uma avaliação completa, garantindo a indicação correta e monitorando os resultados”, disse.
Ela conclui enfatizando o papel da classe médica na conquista da nova medida: “Nós, junto com o CFM, conseguimos esse avanço. A Anvisa entendeu que era necessário esse controle para evitar riscos sérios à saúde das pessoas. Agora, a venda só será feita com prescrição médica e a retenção da receita será obrigatória.”
*Com informações do repórter Matheus Gabriel