Outubro Rosa: Conheça a história de Nany Araújo contra as marcas do câncer de mama
A jornada de superação e empoderamento feminino através da micropigmentação paramédica
O diagnóstico de câncer de mama traz consigo não apenas o medo da doença em si, mas também uma série de transformações físicas que impactam diretamente a autoestima das mulheres. Entre os efeitos colaterais do tratamento estão a queda de cabelo, a perda das sobrancelhas e, em alguns casos, a retirada total ou parcial das mamas. Diante desse cenário, a micropigmentação paramédica tem se mostrado uma poderosa ferramenta para ajudar essas mulheres a recuperarem sua autoconfiança e seu senso de feminilidade.
Nany Araújo, micropigmentadora e especialista na área, enfrentou essa realidade de perto ao ser diagnosticada com câncer de mama em 2018.
“Foi muito difícil porque, além do histórico familiar – minha mãe faleceu de câncer e minha irmã também enfrentou a doença –, você lida com o medo da morte, das sequelas e da possibilidade de não ter uma vida normal novamente. Além disso, a perda do cabelo é um processo muito doloroso, pois as mulheres veem seus cabelos como uma moldura do rosto, e sem eles, acabam não se reconhecendo.” Compartilhou Nany.
Ao longo de sua jornada, Nany passou a se espelhar em outras mulheres que lidavam com a doença de forma resiliente, até que decidiu transformar sua própria experiência em força para ajudar outras pacientes. Ela se especializou na micropigmentação paramédica, que inclui técnicas como a reconstrução de aréolas, ajudando mulheres que perderam essa parte dos seios após a mastectomia.
“A micropigmentação de aréola não é tão divulgada aqui na Bahia, mas já é uma prática comum em estados como São Paulo e Rio de Janeiro. Fui buscar especialização fora para trazer essa técnica para as mulheres da nossa região, pois acredito que a estética precisa ser estimulada nesse momento de fragilidade”, explicou.
O impacto desse procedimento vai muito além da aparência física. Para muitas mulheres, a ausência da aréola após a cirurgia é um lembrete constante da doença e um golpe na autoestima.
“Os seios são um símbolo muito forte de feminilidade e maternidade para nós, mulheres. A perda das aréolas, para algumas, é como se estivéssemos perdendo uma parte da nossa essência feminina”, descreve Nany. “A micropigmentação devolve essa parte visual e emocional, e é muito emocionante ver a reação das clientes ao se reconhecerem novamente no espelho.”
Ela ainda compartilhou uma experiência marcante com uma cliente que havia perdido as aréolas dos dois seios devido à necrose após uma cirurgia de simetrização.
“Quando fizemos a micropigmentação e ela se viu no espelho, ela e o esposo choraram de alegria. Aquilo devolveu não só a autoestima dela, mas também trouxe um conforto para a intimidade do casal”, relembrou.
Além da reconstrução de aréolas, Nany também trabalha com a harmonização de cicatrizes, uma técnica que suaviza marcas deixadas por cirurgias, oferecendo uma alternativa de recuperação estética para mulheres que desejam retomar o controle sobre seu corpo.
Embora o câncer de mama receba maior atenção durante o mês de outubro, com campanhas como o “Outubro Rosa”, Nany destaca a importância de falar sobre a doença durante todo o ano.
“É uma doença que afeta muitas mulheres, e é fundamental mantermos a conscientização e oferecer apoio contínuo para quem está passando por essa luta.”
Nany Araújo compartilha seu trabalho e suas histórias no Instagram (@nanyaraujo.pmu), onde também oferece procedimentos de reconstrução para mulheres que enfrentam as marcas do câncer de mama.