“Os questionamentos sobre ser mulher foram um incentivo”, destaca motorista do SAMU
Cristina é formada em pedagogia e pós-graduada
Cada vez mais mulheres estão assumindo a direção da própria vida e ocupando espaços que antes eram considerados exclusivos para os homens. Um exemplo desse empoderamento é a motorista Cristina Amorim, que atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Feira de Santana.
A condutora relata que fez o processo seletivo do Regime Especial de Direito Administrativo (REDA), efetuado pela Prefeitura no ano passado, somente para conhecer o nível da prova. Mas ao ser aprovada, resolveu embarcar por completo em uma nova experiência.
Dona de um vasto currículo, Cristina conta que gosta de estar sempre aprendendo. Ela é formada em pedagogia, pós-graduada em docência e gestão do ensino a distância, técnica de logística, foi instrutora de cursos especializados para motoristas profissionais e palestrante de cursos comportamentais.
“Eu tô sempre inventando algo novo, mas a direção é algo que eu gosto desde criança. A minha família sempre me apoiou, pra eles geralmente é uma novidade. Eu cheguei a iniciar um curso de mecânica de automóveis leves e de uma sala com 36 pessoas só tinha eu de mulher. Quando eu iniciei dando aula em autoescola só tinha eu de instrutora”, pontuou.
Para a motorista, ser a única mulher em local ocupado de forma predominante por homens nunca foi um problema. Ela destaca que tem uma forte rede de apoio e, por meio desse suporte, transformou o estigma em combustível para seguir em frente.
“As pessoas ficavam surpresas de ver que uma mulher estava ali. Quantos mais as pessoas falavam que eu era mulher e questionavam se eu iria dar aula de mecânica, ministrar aula prática, eu ia em busca de melhorar mais e tinha mais vontade de me superar, isso pra mim foi incentivo”, ressaltou.