Feira de Santana

Operação resgata gesseiros em situação de trabalho escravo em Feira de Santana

A equipe encontrou ou trabalhadores morando em um depósito de materiais de construção sem as mínimas condições de higiene, conforto e segurança

23/08/2022 12h00
Operação resgata gesseiros em situação de trabalho escravo em Feira de Santana
Foto: Divulgação MPT-BA

Dois gesseiros foram resgatados, na última quinta-feira (18), em Feira de Santana, após uma denúncia de trabalho escravo. O caso foi mantido em sigilo até segunda (22), quando um representante do empregador foi ouvido e iniciou as negociações para pagar a rescisão.

Segundo o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA), os gesseiros viviam nos fundos de uma oficina de tratores, no bairro de Lagoa Salgada. No local, não havia energia elétrica, nem instalações sanitárias e ali, o empregador armazenava materiais de construção e entulhos. 

O resgate foi efetuado por auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência que fizeram a inspeção acompanhados de duas procuradoras do trabalho e um perito do MPT. Os trabalhadores já estão sendo atendidos pela assistência social do município e deverão receber nos próximos dias a primeira das três parcelas do seguro-desemprego especial para vítimas do trabalho escravo. 

Caso o empregador não cumpra com suas obrigações trabalhistas perante a Gerência Regional do Trabalho, o MPT estuda a adoção de medidas judiciais para garantir o pagamento das verbas trabalhistas e rescisórias, além de valores de indenização.

Em depoimentos prestados à equipe que fez o resgate, os dois homens contaram que foram contratados para fazer serviços de gesseiro em obras diversas e que, apesar de terem tido as carteiras de trabalho solicitadas para formalização dos contratos, não recebiam salário com regularidade. “Quando tinha serviço, ele dava R$50 por dia, quando não tinha a gente não recebia nada”, afirmou um deles. 

Os relatos revelaram que os dois não tinham acesso a sanitários no local e que tinham que fazer suas necessidades e enterrar. Para tomar banho, usavam água armazenada em um tonel, utilizado anteriormente para guardar gesso. De lá também tiravam a água para beber e preparar alimentos. A alimentação não era fornecida pelo empregador. O que eles comiam era armazenado em caixas de papelão e preparado em fogueiras que eles improvisavam com a madeira do depósito. 

Para carregar os celulares, eles improvisaram uma ligação clandestina da oficina ao lado do depósito, com graves riscos de choque elétrico e incêndio.

*Com informações Ascom MPT-BA

Comentários

Leia também

Feira de Santana
SDE apresenta avanços na requalificação do CIS durante reunião no Centro das Indústrias de Feira de Santana

SDE apresenta avanços na requalificação do CIS durante reunião no Centro das Indústrias de Feira de Santana

O encontro teve como objetivo dialogar com o setor produtivo sobre ações em andamento...
Feira de Santana
Procon fiscaliza pizzarias em Feira de Santana e orienta sobre cobrança indevida de pizzas com dois sabores

Procon fiscaliza pizzarias em Feira de Santana e orienta sobre cobrança indevida de pizzas com dois sabores

A ação, que teve início na semana passada, resultou na notificação de 20 estabelecimentos ...
Feira de Santana
CRAS Fraternidade é reinaugurado após reforma e ampliação em Feira de Santana

CRAS Fraternidade é reinaugurado após reforma e ampliação em Feira de Santana

O CRAS Fraternidade atende em média 80 pessoas por dia, abrangendo não apenas os moradores...