Oftalmologista reforça importância de diagnóstico precoce para evitar a cegueira
Grande parte das causas de cegueira poderiam ser evitadas com acompanhamento oftalmológico adequado.
O médico oftalmologista Dr. Leonardo Pimenta, do Clinos Hospital de Olhos, participou de uma entrevista no programa De Olho na Cidade, sobre os principais cuidados com a visão, as causas de cegueira e os mitos que cercam a saúde ocular. Durante a conversa, ele também respondeu a diversas perguntas de ouvintes, abordando desde o uso de colírios populares até as consequências do uso de óculos inadequados.
Segundo o especialista, grande parte das causas de cegueira poderiam ser evitadas com acompanhamento oftalmológico adequado.
“As principais causas de cegueira são a catarata, o glaucoma e a degeneração da mácula. Muitas dessas patologias poderiam ser evitadas desde que houvesse um diagnóstico precoce”, afirmou o médico.
Dr. Leonardo chamou atenção especial para o glaucoma, que descreveu como a “cegueira silenciosa”.
“É o mais perigoso. O paciente não sente dor, nem percebe perda de visão nos estágios iniciais. Quando chega ao consultório, muitas vezes já está em estágio avançado, com pouca possibilidade de reversão”, explicou.
Ele também destacou outras causas, como retinopatias associadas ao diabetes, traumas, tumores e infecções, além dos erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo), geralmente corrigidos com o uso de óculos.
Durante a entrevista, ouvintes participaram enviando perguntas ao vivo. Um deles, de 42 anos, relatou ter feito cirurgia de catarata recentemente, mas ficou com a visão turva em um dos olhos. Dr. Leonardo explicou que, apesar da pouca idade para esse tipo de cirurgia, pode haver causas como catarata traumática, medicamentosa ou até congênita.
“É preciso avaliar a parte interna do olho. Pode ser algo simples, como a opacificação da membrana, mas precisa ser examinado”, disse.
Outro caso foi de Fernando, morador do bairro Tomba, que reclamou de não se adaptar aos óculos mesmo após várias tentativas. Dr. Leonardo suspeita de dificuldade de adaptação ao multifocal.
“Em alguns casos, o cérebro não se adapta bem. A sugestão pode ser usar dois óculos: um para longe, outro para perto”, orientou. Ele também comentou sobre o lacrimejamento relatado pelo ouvinte: “Pode ser olho seco com produção de lágrima de baixa qualidade ou inflamações nas pálpebras, como a blefarite.”
Já um motorista de 52 anos, temendo perda de visão e preocupado com possibilidade de afastamento pelo INSS, foi orientado a buscar avaliação completa.
“Pode ser algo simples, como necessidade de óculos, ou algo mais sério. Avaliar comorbidades como hipertensão e diabetes é fundamental”, explicou.
Respondendo ao advogado Dr. Hércules Oliveira, Dr. Leonardo esclareceu que óculos com filtro amarelo não são prejudiciais.
“Eles ajudam principalmente na direção noturna, reduzindo o ofuscamento dos faróis”, disse.
Sobre o uso de colírios, alertou: “São colírios adstringentes que apenas disfarçam o problema, tirando o vermelho do olho sem tratar a causa. Não são tratamento e podem mascarar doenças mais graves.”
Ele ainda fez um alerta às mães: “Leite materno não é colírio! Já ouvi relatos de mães pingando leite nos olhos dos bebês. Isso pode causar conjuntivite ou inflamação. Água com açúcar também não serve para olhos.”
Entre os mitos populares, o médico desmistificou dois dos mais comuns:
– Ler no escuro faz mal? “Não faz mal, mas causa cansaço ocular.”
– Óculos vencem? “Não, o grau não vence. O que muda é o nosso corpo, que passa a precisar de outro grau.”
Para o oftalmologista, a visão é uma das maiores riquezas humanas. “Costumo dizer que os olhos são janelas para o mundo. É por meio deles que enxergamos, aprendemos e nos emocionamos. Cuidar da visão é cuidar da saúde como um todo”, afirmou.
Dr. Leonardo reforçou também a importância de não se automedicar e usar apenas colírios prescritos. “Colírio não é genérico. O que serve para um, pode piorar o quadro de outro.”
Ele recomendou o uso de óculos solares com filtro UV, e não apenas lentes escuras, como forma de proteger a retina. “Óculos de sol sem filtro solar podem agredir ainda mais os olhos.”
Dr. Leonardo atende na Clinos Hospital de Olhos, que também funciona como hospital escola e oferece atendimento pelo SUS e por diversos planos de saúde. O telefone para agendamento é (75) 3603-3900.