Oftalmologista explica como a catarata afeta a visão e os avanços na cirurgia moderna
Controle da glicemia, uso de óculos com filtro UV e acompanhamento médico fazem a diferença
A catarata é uma das principais causas de perda da visão em pessoas idosas, mas também pode acometer pacientes mais jovens, dependendo de diversos fatores de saúde e estilo de vida. Para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre a doença, o oftalmologista Dr. Ronald Rocha, especialista em catarata e retina, concedeu uma entrevista ao programa De Olho na Cidade.
Segundo o médico, a catarata é toda opacidade da lente natural do olho chamada cristalino, que é responsável por ajustar o foco da visão.
“A gente enxerga por duas lentes naturais. A córnea, que está na frente do olho e tem função de proteção e formação do grau, e o cristalino, que fica atrás da pupila e ajuda a focar a imagem”, explicou.
Com o passar dos anos, essa lente pode perder sua transparência, o que leva à visão embaçada — um dos primeiros sinais da doença.
“É um processo natural do envelhecimento, geralmente a partir dos 60 anos, mas também pode ser causado por traumas, diabetes ou uso prolongado de certos medicamentos”, alertou.
Dr. Ronald chama atenção especial para o uso indiscriminado de corticoides, que são amplamente utilizados para tratar alergias, doenças articulares e dores crônicas.
“Corticoides como Betametasona, Decadron e Dexametasona, quando usados por longos períodos, podem gerar efeitos colaterais como a catarata. Isso vale para comprimidos, injeções e até colírios”, ressaltou.
A boa notícia, segundo o especialista, é que algumas formas de prevenção são possíveis. “O uso de óculos escuros com proteção contra raios ultravioleta ajuda a retardar a progressão da catarata. O controle do diabetes, exames regulares e evitar a automedicação também são formas importantes de prevenção.”
Quando a catarata já afeta significativamente a qualidade da visão, o tratamento é cirúrgico. “Nem todo diagnóstico de catarata é sinônimo de cirurgia imediata. Há cataratas iniciais que apenas exigem acompanhamento. Mas quando a visão já está prejudicada, é necessário operar”, explicou.
A cirurgia, hoje, é segura, rápida e minimamente invasiva. “É feita no mesmo dia e o paciente vai para casa sem curativos, sem pontos. A recuperação é rápida, embora os primeiros 10 dias exijam cuidados para evitar infecções, como manter distância de animais, plantas e ambientes com poeira.”
Dr. Ronald destacou que a cirurgia de catarata evoluiu muito e, além de remover a lente opaca, é possível corrigir o grau de visão.
“Com o uso de lentes intraoculares modernas, conseguimos não só devolver a nitidez visual como também reduzir ou eliminar a necessidade de óculos”, afirmou.
O especialista encerrou com um recado importante: “A informação é a principal aliada. Muita gente ainda tem medo da cirurgia por causa da imagem antiga de que era dolorosa e só feita quando o paciente já não enxergava. Hoje, a realidade é outra. Segurança, tecnologia e conforto fazem toda a diferença.”
Dr. Ronald Rocha atende na Clinos de Hospital de Olhos, em Feira de Santana, e compartilha conteúdos sobre saúde ocular nas redes sociais, no Instagram: @ronaldrocha.oftalmologista.