Saúde

Obesidade avança no Brasil e preocupa especialistas: ‘Números alarmantes’, alerta cardiologista

Hoje, 68% da população brasileira está com sobrepeso, ou seja, sete em cada dez brasileiros. Três em cada dez já apresentam obesidade.

09/03/2025 06h04
Obesidade avança no Brasil e preocupa especialistas: ‘Números alarmantes’, alerta cardiologista
Foto: Andres Ayrton/Pexels

O Momento IDM Cardio, quadro semanal dos programas Jornal do Meio Dia na Rádio Princesa FM e De Olho na Cidade na Rádio Sociedade News, abordou um tema de grande preocupação na saúde pública: a obesidade. O debate contou com a participação do cardiologista Dr. Germano Lefundes, que alertou para o aumento dos índices da doença no Brasil e no mundo.

A conversa foi motivada pela recente celebração do Dia Mundial da Obesidade, em 4 de março, data instituída para chamar atenção sobre a crescente prevalência do problema, inclusive entre crianças.

“No mundo, temos hoje uma estimativa de um bilhão de pessoas acima do peso, incluindo sobrepeso e obesidade. A previsão é que, em 2030, esse número aumente para um bilhão e meio”, explicou Dr. Germano.

No Brasil, os números também são alarmantes. “Hoje, 68% da população está com sobrepeso, ou seja, sete em cada dez brasileiros. Três em cada dez já apresentam obesidade. No caso das crianças, a expectativa é ainda mais preocupante: quase 50% podem ter sobrepeso ou obesidade até 2030”, destacou o especialista.

A obesidade é um fator de risco para diversas doenças, especialmente cardiovasculares.

“Não é só um problema estético. Ela está associada ao aumento de doenças como diabetes, colesterol alto e infarto. Além disso, leva ao desgaste articular, causando osteoartrose, e está ligada a um maior risco de trombose”, alertou Dr. Germano.

Apesar da percepção de que mais pessoas estão praticando atividades físicas, a doença continua em avanço.

“A obesidade tem relação com o meio em que vivemos. Embora mais pessoas estejam se exercitando, cerca de 50% da população ainda é sedentária e o gasto energético é essencial para equilibrar o consumo calórico. Se não há esse equilíbrio, ocorre o acúmulo de gordura”, explicou.

Outro fator determinante é o ambiente “obesogênico” em que vivemos, marcado pelo fácil acesso a alimentos ultraprocessados e calóricos.

“Consumimos produtos altamente calóricos em pouco volume, como refrigerantes e biscoitos recheados, que não saciam e incentivam a ingestão excessiva de calorias”, disse o cardiologista. Ele destacou ainda o marketing agressivo da indústria alimentícia, que promove o consumo de grandes porções a preços atrativos.

Quanto ao papel da genética, Dr. Germano explicou que fatores hereditários podem influenciar, mas não são determinantes.

“Nossa espécie evoluiu para armazenar energia, o que era vantajoso em tempos de escassez. No entanto, a revolução industrial e a facilidade de acesso a alimentos mudaram esse cenário, tornando a obesidade um problema global”, pontuou.

Diante desse cenário, a prevenção e o combate à obesidade exigem ações que vão além da conscientização individual.

“Precisamos de mudanças na educação alimentar, no incentivo à atividade física e no acesso a alimentos saudáveis. Se não frearmos esse processo, os custos com a saúde pública serão cada vez maiores”, concluiu Dr. Germano.

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