A manhã deste sábado (09) foi marcada pela 4ª Caminhada do Agosto Lilás, em Feira de Santana, mobilizando representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), forças de segurança e sociedade civil na luta contra a violência doméstica e o feminicídio. A ação integra o calendário oficial da OAB no município e reforça a importância da conscientização e do engajamento coletivo para o fim da violência contra meninas e mulheres.

A presidente da OAB Feira, Lorena Peixoto, destacou que a entidade, além de ser uma instituição de classe, tem uma função social essencial.

“A OAB tem o compromisso de preservar a manutenção do Estado Democrático de Direito. Isso passa pela promoção da igualdade de gênero e pela luta contra uma estrutura machista e patriarcal que ainda coloca a mulher como objeto, retirando sua condição de sujeito de direitos. Nosso papel é fomentar a reflexão e trabalhar pela conscientização, visando uma sociedade mais justa e igualitária”, afirmou.

Já a presidente da OAB Mulher, Esmeralda Halana, lembrou que os números ainda revelam uma realidade alarmante.

“Infelizmente, no Brasil, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, quatro mulheres foram mortas por dia em 2024 unicamente pelo fato de serem mulheres. Por isso, realizamos esta caminhada e outras ações para chamar a atenção da sociedade para o combate, a denúncia e o conhecimento das formas de violência previstas na nossa legislação”, disse.

A OAB Mulher mantém projetos contínuos, como o “OAB nas Escolas”, que há mais de uma década leva informações e conscientização a estudantes. Além disso, no próximo dia 13 de agosto, a sede da OAB receberá uma roda de conversa com a rede de apoio e proteção às mulheres da cidade. Nas redes sociais, uma série de vídeos intitulada “Descomplica Maria da Penha” será divulgada com orientações práticas sobre direitos e canais de denúncia.

A Capitã PM Nina Marques, comandante da Ronda Maria da Penha em Feira de Santana, reforçou o papel da Polícia Militar no enfrentamento à violência.

“Nosso trabalho é realizado em rede com outros órgãos e envolve ações preventivas, como a de hoje, e também repressivas, como a fiscalização das medidas protetivas de urgência. Acompanhamos mulheres que já denunciaram, garantindo que tenham coragem para recomeçar”, explicou.

Ela também orientou sobre como buscar ajuda.

“Em situação de risco imediato, a mulher deve ligar para o 190. Já para registrar ocorrência e solicitar medida protetiva, deve procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). A partir daí, a Ronda Maria da Penha fará o acompanhamento”, completou.

*Com informações do repórter Robson Nascimento