O que é infecção polimicrobiana das vias respiratórias, que acomete papa Francisco
Fiéis ao redor do mundo seguem em oração pela recuperação do líder da Igreja Católica.
O Papa Francisco, de 88 anos, foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana, o que levou à alteração de seu tratamento e à necessidade de permanência no hospital por tempo indeterminado. O Vaticano classificou a situação clínica do pontífice como “complexa”.
Para entender melhor o quadro de saúde do Papa, o pneumologista e diretor da Associação Baiana de Medicina, Dr. Guilhardo Fontes, explicou, em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia da Rádio Princesa FM, os riscos e desafios do tratamento.
“Idosos, de modo geral, são vítimas frequentes de infecções respiratórias, especialmente aqueles que já possuem doenças prévias, como doenças pulmonares crônicas, diabetes ou doenças cardíacas. A idade avançada reduz a resistência imunológica, tornando-os mais vulneráveis a complicações como bronquite e pneumonia”, explicou o especialista.
A classificação de “situação clínica complexa” dada pelo Vaticano indica a gravidade do caso. Segundo Dr. Guilhardo, a complexidade pode estar relacionada à resistência da infecção aos tratamentos.
“Isso ocorre por diversos fatores negativos que o Papa apresenta, como a idade avançada e as comorbidades. Ele já tem uma doença pulmonar prévia, o que pode deixar sequelas e torná-lo ainda mais suscetível a infecções pulmonares. Esses quadros sempre são graves em idosos e exigem atenção redobrada, ainda mais em períodos de mudanças bruscas de temperatura”, alertou.
Sobre o tempo de internação, o médico afirmou que é difícil prever a duração do tratamento.
“Depende das doenças prévias que ele tem e da extensão do comprometimento pulmonar. Também precisamos avaliar os exames laboratoriais. A resposta ao tratamento é que vai definir o tempo de internação. Em média, pode durar oito dias, mas pode ser mais ou menos, dependendo da evolução do paciente.”
Diante do quadro, o risco de morte também é uma preocupação. “Por conta da idade, o quadro pode se tornar mais grave. Além disso, o Papa pode ter outras doenças associadas, como diabetes ou doenças cardíacas, que podem se descompensar com a infecção respiratória. O quadro pode se agravar rapidamente, exigindo monitoramento constante”, explicou Dr. Guilhardo.
Quanto ao tratamento, o especialista destacou que ele inclui hidratação, suporte respiratório com oxigênio se necessário e o uso de antibióticos por conta de infecção bacteriana.
“A infecção pode ser viral, bacteriana ou, mais raramente, fúngica. A infecção viral pode abrir espaço para a bacteriana, que é mais comum. Se confirmado que é bacteriana, a escolha do antibiótico é feita de acordo com a flora do hospital onde ele está internado”, esclareceu.
O estado de saúde do Papa Francisco foi atualizado pelo Vaticano nesta segunda-feira (17). Enquanto isso, fiéis ao redor do mundo seguem em oração pela recuperação do líder da Igreja Católica.