Saúde

Nutróloga explica como diferentes tipos de fome influenciam o emagrecimento

Existem diferentes tipos de fome, e saber diferenciá-las é um dos primeiros passos no tratamento de obesidade e de doenças metabólicas

22/10/2025 11h43
Nutróloga explica como diferentes tipos de fome influenciam o emagrecimento

A nutróloga Dra. Aline Jardim participou do quadro Saúde em Pauta, na Rádio Nordeste FM, e explicou que compreender os tipos de fome é fundamental para o sucesso de um tratamento de emagrecimento. Durante a entrevista, ela destacou que “nem toda vontade de comer é fome fisiológica” e que identificar as causas do apetite excessivo é essencial para alcançar resultados duradouros.

“Existem diferentes tipos de fome, e saber diferenciá-las é um dos primeiros passos no tratamento de obesidade e de doenças metabólicas, como diabetes e resistência à insulina”, disse a médica. Segundo ela, o processo começa com uma anamnese detalhada, ou seja, uma conversa entre médico e paciente para entender o comportamento alimentar.

Dra. Aline explicou que uma das mais comuns é a fome volumétrica, quando a pessoa sente necessidade de comer em grandes quantidades, mesmo com alimentos saudáveis.

“É aquele paciente que precisa de um prato muito cheio para se sentir satisfeito”, exemplificou.

Outro tipo é a fome hedônica, também chamada de fome emocional, que ocorre mesmo quando o corpo não precisa de energia.

“Você pode ter acabado de comer, mas vê uma sobremesa e sente vontade de provar. Isso é uma resposta emocional ligada à dopamina, o hormônio do prazer”, afirmou.

Ela acrescentou que esse tipo de fome é o mais difícil de tratar. “A fome hedônica envolve lembranças e emoções. É aquela sensação de ‘eu mereço’ depois de um dia cansativo ou quando estamos tristes. Esse estímulo de prazer é o mesmo que o cérebro recebe ao fumar, beber ou usar o celular”, explicou.

Outro comportamento comum é o dos beliscadores, pessoas que estão sempre mastigando algo. “Isso está mais ligado à ansiedade e à necessidade de manter o neurotransmissor serotonina em equilíbrio”, disse.

A médica também comentou sobre o uso das chamadas canetinhas emagrecedoras, como a liraglutida (Saxenda) e a semaglutida (Ozempic).

“Esses medicamentos ajudam, mas atuam principalmente na fome volumétrica. Por isso, nem todos os pacientes têm bons resultados. É preciso entender qual tipo de fome está em desequilíbrio”, explicou.

Ela observou que algumas pessoas precisam de um tratamento combinado. “Muitas vezes é necessário associar medicamentos, ajustar a alimentação, trabalhar o sono e incluir atividade física. Tudo isso influencia diretamente na regulação do apetite”, afirmou.

Durante a entrevista, Dra. Aline também alertou que compulsão alimentar não é apenas “comer demais”. “É uma doença séria, que precisa de acompanhamento médico e, em muitos casos, uso de medicamentos. Existe até um filme na Netflix, A Baleia, que retrata bem esse distúrbio”, disse.

Ela lembrou ainda que o tratamento medicamentoso não deve ser restrito apenas a pessoas obesas.

“Pacientes com sobrepeso ou com resistência à insulina também podem precisar de remédios, porque já têm riscos aumentados para doenças cardiovasculares, AVC e diabetes”, completou.

Para a nutróloga, o tratamento do emagrecimento vai muito além da dieta. “Exercício físico, sono adequado, intestino funcionando bem e hidratação são pilares fundamentais. Além disso, a saúde emocional influencia diretamente nos resultados”, afirmou.

Dra. Aline destacou a importância do equilíbrio entre os três pilares da saúde: física, emocional e espiritual.

“Eu sempre falo que, quando um desses pontos está em desequilíbrio, o corpo sente. Já vi pacientes que não melhoravam de doenças até resolverem suas questões emocionais e espirituais”, contou.

Com bom humor, a médica disse que costuma atender muitos casais. “As mulheres geralmente começam o tratamento, e os maridos acabam vindo também. E eles são extremamente disciplinados! Quando o casal se cuida junto, os resultados são ainda melhores”, comentou.

Por fim, Dra. Aline explicou que cada tipo de fome exige um plano alimentar diferente, elaborado de forma personalizada.

“Um paciente com compulsão alimentar, por exemplo, não pode fazer jejum intermitente. Já quem tem fome hedônica precisa evitar alimentos que despertem o prazer imediato, como doces”, alertou.

A nutróloga também lembrou que Feira de Santana oferece boas opções para quem busca uma alimentação equilibrada.

“Hoje temos muitas lojas com produtos sem glúten e sem lactose. Então não há desculpa para não se cuidar”, concluiu.

Dra. Aline Jardim atende em Feira de Santana e compartilha dicas e orientações em suas redes sociais: @draalinejardim e @institutodaplasticafeira.

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