Nome forte no Conclave, Dom Sérgio da Rocha pede unidade e oração em momento histórico para a Igreja Católica
Dom Sérgio refletiu sobre o legado de Papa Francisco, o futuro da Igreja e a responsabilidade que repousa sobre o próximo Pontífice.
Em meio ao clima de expectativa que toma conta do Vaticano para a eleição do novo Papa, marcada para iniciar no dia 7 de maio, o radialista Jorge Biancchi, através da Rádio Princesa FM e da Rádio Sociedade News, nos programas Jornal do Meio Dia e De Olho na Cidade, realizou uma entrevista exclusiva com o cardeal Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, que é um dos cardeais brasileiros que participará do conclave.
Ao ser questionado sobre seus sentimentos diante da morte de Papa Francisco, Dom Sérgio revelou emoção e profunda gratidão:
“Eu tenho uma gratidão imensa ao Papa Francisco, não só pelo que ele fez por mim, mas por tudo o que ele representou para a Igreja e para a humanidade. O trabalho dele ia muito além das questões internas da Igreja: era um esforço incessante pela paz mundial, pela superação dos conflitos e pela promoção da fraternidade.”
O cardeal lembrou ainda o carinho especial do Papa pelo Brasil.
“Sempre que vinha participar das reuniões em Roma, trazia um abraço do povo da Bahia para o Papa. Ele tinha no coração um amor paternal e fraterno pelo povo brasileiro. Não esqueçamos que sua primeira viagem internacional foi ao Brasil, na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Hoje, enquanto rezamos por ele, sentimos sua presença viva junto de Deus.”
O desafio do novo Papa: paz em tempos de guerra
Em um mundo marcado por conflitos, como as guerras na Ucrânia e em Israel, Dom Sérgio destacou qual deverá ser a prioridade do próximo líder da Igreja Católica.
“O novo Papa certamente continuará essa missão bonita à qual Papa Francisco tanto se dedicou: a missão da fraternidade, do diálogo e da paz. A violência jamais será o caminho. Precisamos de pontífices que, com palavras e atitudes, promovam a convivência fraterna, superando a cultura da exclusão e da guerra.”
Ele citou o documento Fratelli Tutti, escrito por Francisco, como guia para o futuro da Igreja.
“A fraternidade não pode ter fronteiras. Quem se reconhece como irmão ou irmã não apela para a violência, mas trilha o caminho do respeito e do diálogo.”
Instigado sobre a chance de a Igreja ter, desta vez, um Papa brasileiro, Dom Sérgio preferiu adotar uma postura de humildade e fé.
“O Papa Francisco ampliou muito a representatividade do Colégio Cardinalício. Hoje temos cardeais de todo o mundo, de países que antes não eram sequer considerados no cenário internacional. O importante agora é termos o coração aberto para acolher aquele que for eleito, seja de onde for. O Espírito Santo é quem guia o conclave. Não importa a nacionalidade: o novo Papa será o Papa de toda a Igreja.”
Com seu nome sendo ventilado pela mídia brasileira e italiana como possível candidato ao papado, Dom Sérgio tratou o assunto com a mesma simplicidade que marca sua trajetória:
“Desde pequeno, meu sonho foi ser padre. Entrei no seminário aos 18 anos com esse propósito. Na Igreja, não existe carreira, como em uma empresa. Nunca sonhei em ser bispo, cardeal, ou Papa. Tudo foi fruto da escolha da Igreja e da vontade de Deus. A expectativa que tenho é apenas de servir. Estou à disposição para colaborar com a Igreja, seja em Roma ou no Brasil.”
Dom Sérgio enviou uma mensagem carinhosa a todos os ouvintes da Rádio Princesa FM, Rádio Sociedade News e a todo o povo baiano:
“Agradeço profundamente o carinho e as orações de todos. Que possamos estar unidos em oração por este momento importante da vida da Igreja. Que o Espírito Santo ilumine os cardeais na escolha do novo Papa, e que o novo pontífice possa contar com a oração, o apoio e o amor do povo brasileiro.”
A entrevista, conduzida pelo jornalista Jorge Biancchi, foi realizada diretamente de Roma e transmitida ao vivo, com exclusividade, para a Bahia, marcando um momento histórico de participação feirense na cobertura dos bastidores do próximo conclave.
*Com informações de Jorge Biancchi, direto de Roma