Neurologista alerta: rapidez no atendimento é decisiva para salvar vidas em casos de AVC
Especialista destaca importância do atendimento rápido e de hábitos saudáveis para reduzir riscos do Acidente Vascular Cerebral.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é a segunda principal causa de morte no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, anualmente, 100 mil pessoas morrem em todo o país devido à essa emergência médica. Entretanto, o diagnóstico rápido e o tratamento imediato podem fazer toda a diferença na recuperação do paciente. O alerta é do neurologista Tarsis Farias, que chama atenção para os sinais de identificação e as medidas de prevenção da doença.
Segundo o especialista, o AVC é uma condição aguda, ou seja, seus sintomas aparecem de forma súbita. “Não é comum que os sintomas se desenvolvam ao longo dos dias. Quando o paciente está normal e subitamente apresenta algum sintoma neurológico agudo, como fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar ou perda súbita da visão, deve-se suspeitar de AVC, seja isquêmico ou hemorrágico”, explicou.
Nessas situações, a recomendação é procurar imediatamente um hospital que tenha tomografia e equipe especializada em neurologia. “Quanto mais rápido o paciente chega ao hospital, maiores as chances de ter um bom resultado no tratamento. No AVC isquêmico, por exemplo, existe uma janela de até 4 horas e meia para o uso do trombolítico, uma medicação capaz de desobstruir o vaso sanguíneo. Já em alguns casos, é possível recorrer à trombectomia, um procedimento endovascular que também depende de tempo”, destacou Farias.
Fatores de risco: o que pode e o que não pode ser evitado
As causas do AVC se dividem entre não modificáveis e modificáveis. Na primeira está um grupo de fatores como histórico familiar e sexo — homens, segundo o médico, têm mais risco do que mulheres. “São fatores que não temos como mudar”, afirmou.
Já os fatores modificáveis merecem atenção especial. O neurologista cita a hipertensão arterial como o mais comum e perigoso. “O paciente hipertenso que não controla bem a pressão tem risco muito maior de sofrer um AVC. Mas, se tratado corretamente, esse risco cai bastante”, disse.
Outros fatores de risco estão ligados ao estilo de vida: tabagismo, consumo excessivo de álcool, colesterol elevado e sedentarismo. “O cigarro, inclusive o eletrônico, aumenta significativamente o risco de AVC. Da mesma forma, o uso abusivo de álcool e a falta de atividade física”, reforçou.
Como se prevenir
A prevenção do AVC está diretamente relacionada a hábitos saudáveis. Entre as medidas recomendadas pelo especialista estão:
- Prática regular de exercícios aeróbicos como corrida, caminhada rápida, natação ou ciclismo;
- Controle rigoroso de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e colesterol;
- Alimentação equilibrada, priorizando fibras, vegetais, saladas e carnes magras, enquanto se evitam frituras e gorduras saturadas;
- Cessar o tabagismo e reduzir ou evitar o consumo de álcool.
“Adotar uma rotina de consultas médicas e exames de rotina é fundamental, principalmente para pacientes mais jovens que podem detectar precocemente alterações de saúde. Esses cuidados ajudam a reduzir significativamente o risco de doenças vasculares cerebrais”, concluiu o neurologista.
JP Miranda/ De Olho na Cidade