Política

Motta defende ajustes em projeto de isenção do IR para evitar perdas a estados e municípios

Presidente da Câmara diz que alterações no texto são necessárias e reforça importância do diálogo com gestores locais

09/04/2025 18h00
Motta defende ajustes em projeto de isenção do IR para evitar perdas a estados e municípios
Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (9) que o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais precisa passar por ajustes para não causar prejuízos financeiros a estados e municípios.

Segundo Motta, ele discutiu o tema com o relator da proposta, deputado Arthur Lira (PP), que demonstrou preocupação com o impacto da medida sobre os entes federativos.

“Conversei com o relator, deputado Arthur Lira, e uma das preocupações que ele já me externou é o impacto para os municípios e estados. Sem dúvida, o Congresso vai fazer alterações. Para essas modificações, penso que o diálogo com os gestores é essencial”, publicou Motta na rede social X.

Durante sua participação na assembleia do Consórcio Nordeste — que reúne os nove estados da região — Motta destacou que seu compromisso é garantir que os governos estaduais e municipais não sejam prejudicados com a ampliação da isenção.

O projeto chegou à Câmara dos Deputados em 18 de março e ainda será analisado pelo Senado após aprovação pelos deputados.

A ampliação da faixa de isenção do IR precisa ser aprovada ainda este ano para entrar em vigor a partir de janeiro de 2026. A medida deve reduzir a arrecadação em R$ 27 bilhões. Para equilibrar as contas, o governo propôs um imposto progressivo para contribuintes com rendimentos acima de R$ 50 mil por mês — o equivalente a R$ 600 mil ao ano.

Apesar de bem recebida em termos políticos, a proposta pode enfrentar resistência no Congresso, especialmente por causa da compensação fiscal. Estimativas da Confederação Nacional dos Municípios indicam que os municípios poderão perder cerca de R$ 4,9 bilhões ao ano em arrecadação própria e R$ 6,9 bilhões em repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A equipe econômica do governo argumenta, porém, que o projeto será fiscalmente neutro. A expectativa é que o aumento da massa salarial dos trabalhadores estimule o consumo, o que, por sua vez, ampliaria a arrecadação de tributos por parte de estados e municípios.

*Com informações Bahia.ba

Comentários

Leia também

Política
Lula explica visita à Rússia e se coloca à disposição para acabar com a guerra na Ucrânia

Lula explica visita à Rússia e se coloca à disposição para acabar com a guerra na Ucrânia

O presidente participou de reunião bilateral, ao lado de ministros dos dois países
Política
Eduardo Leite deixa PSDB após 24 anos e se filia ao PSD com foco em 2026

Eduardo Leite deixa PSDB após 24 anos e se filia ao PSD com foco em 2026

Governador do RS se coloca como pré-candidato à Presidência e mira disputa interna com...
Política
STF tem maioria para manter ação penal contra Ramagem por trama golpista

STF tem maioria para manter ação penal contra Ramagem por trama golpista

Ministros da 1ª Turma julgam, em sessão virtual, decisão da Câmara que suspendeu ação...