Saúde

Morte súbita em jovens atletas: Cardiologista revela riscos e cuidados essenciais

A morte súbita em jovens atletas, apesar de rara, é uma realidade que deve ser tratada com seriedade.

01/09/2024 05h36
Morte súbita em jovens atletas: Cardiologista revela riscos e cuidados essenciais

O tema morte súbita em jovens atletas voltou a ser destaque no cenário esportivo, especialmente após a recente morte do jogador uruguaio O jogador Juan Izquierdo, do Nacional do Uruguai. Esse triste acontecimento trouxe à tona a importância de entender as causas e os cuidados necessários para prevenir tais tragédias. Em entrevista ao quadro Momento IDM Cardio, o cardiologista Dr. Claudio Rocha discutiu o assunto em detalhes, destacando tanto os riscos quanto as medidas preventivas que atletas, tanto profissionais quanto amadores, devem adotar.

A morte súbita em jovens atletas é uma condição rara, mas devastadora. “Estima-se que a cada 100 mil atletas, um pode sofrer um episódio de morte súbita”, explica Dr. Claudio. As causas podem variar desde doenças cardíacas não detectadas, como infartos, até condições genéticas e inflamatórias. “Mesmo atletas que passam por exames periódicos podem sofrer com essas condições, pois algumas doenças, especialmente as genéticas, podem não aparecer nos exames tradicionais”, alerta.

Um exemplo disso é a miocardiopatia hipertrófica, uma doença genética que altera o músculo cardíaco e que pode levar a arritmias fatais.

“Já tirei alguns pacientes de atividades físicas intensas por conta dessa patologia”, compartilha o cardiologista. Ele também mencionou outras condições menos conhecidas, como dissecção coronária e doenças inflamatórias como miocardites, que podem causar morte súbita mesmo em corações aparentemente saudáveis.

Dr. Claudio enfatiza a importância de uma avaliação médica criteriosa para todos os que praticam atividades físicas, sejam atletas profissionais ou amadores.

“A primeira etapa de uma avaliação é a anamnese, uma conversa detalhada sobre o histórico familiar e pessoal do paciente”, esclarece. Em muitos casos, um simples eletrocardiograma pode não ser suficiente, sendo necessário realizar exames complementares, como testes ergométricos e ecocardiogramas.

Ele também critica a prática comum de solicitar laudos médicos para a prática de exercícios sem uma avaliação adequada.

“Não posso emitir um relatório sem conhecer a história familiar e a condição física do paciente. É fundamental passar por uma avaliação completa antes de iniciar qualquer atividade física intensa”, afirma.

Para aqueles que praticam esportes de forma recreativa, Dr. Claudio recomenda sempre realizar uma avaliação médica antes de iniciar atividades físicas mais intensas.

“O risco aumenta à medida que a intensidade da atividade física cresce, então é crucial monitorar a saúde cardíaca regularmente”, alerta.

No caso de uma emergência, como uma parada cardíaca súbita, o cardiologista orienta sobre os passos básicos de primeiros socorros.

“A primeira ação é verificar se a pessoa está consciente e se há pulso. Se não houver, deve-se iniciar imediatamente a reanimação cardiopulmonar (RCP) enquanto se aguarda a chegada de uma ambulância”, ensina. Em cidades equipadas com desfibriladores públicos, esses dispositivos podem ser fundamentais para salvar vidas, pois são capazes de identificar o tipo de arritmia e aplicar o choque necessário de forma automática.

A morte súbita em jovens atletas, apesar de rara, é uma realidade que deve ser tratada com seriedade. A prevenção começa com uma avaliação médica rigorosa e continua com o acompanhamento constante da saúde cardíaca, especialmente para aqueles que se dedicam a atividades físicas intensas. Como destacou Dr. Claudio Rocha, conhecer o histórico familiar e realizar os exames adequados são passos essenciais para evitar tragédias e garantir a segurança dos atletas.

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