Ministro Sílvio Almeida critica PL antiaborto em igreja evangélica
Fato aconteceu em evento na igreja do pastor Ed René Kivitz, em São Paulo
Na última sexta-feira (21), o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, fez críticas ao projeto de lei conhecido como “PL Antiaborto”, que teve a urgência aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados recentemente, mas teve a votação de mérito adiada posteriormente.
O ministro, que foi escalado pelo presidente Lula para tentar melhorar a relação do Planalto com a bancada evangélica na Câmara, falou sobre o projeto de lei durante um evento realizado na Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo.
A igreja é liderada pelo pastor Ed René Kivitz, que é voz dissonante entre evangélicos e costuma se manifestar seguidamente contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O pastor, que tem de 300 mil seguidores no Instagram, chegou a ser expulso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, em 2021, por defender uma releitura da bíblia com viés “progressista”. Na época, ele se disse vítima de “fundamentalismo”.
O Projeto de Lei 1904/2024, do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), proíbe a interrupção da gestação após 22 semanas em todos os casos, com penas equivalentes ao crime de homicídio.
Segundo o parlamentar, como após 22 semanas o feto já está formado, a interrupção da gestação deve ser penalizada. Mas a proposta foi alvo de muitas críticas por parte de governistas e não foi apreciada pelo plenário. Na última terça-feira (18), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o debate sobre o tema ficará para o segundo semestre.
Durante o evento realizado na igreja paulista, Sílvio Almeida disse que “quem quer que uma mulher que foi estuprada seja presa está envenenado pela ideologia do ódio”.
“Estou aqui por um chamado à democracia, à liberdade, à tolerância e aos direitos humanos. Valores que só prosperam num Estado laico. Estamos aqui porque amamos ao Brasil. Temos em comum a ideia de que o respeito e o cuidado são condições essenciais para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária”, disse o ministro durante discurso no evento “Conversas Pastorais”.
*Com informações Bahia.ba