Ministro da Previdência vai ao Senado explicar descontos ilegais em benefícios do INSS
Wolney Queiroz presta esclarecimentos sobre fraudes que motivaram investigação e queda de Carlos Lupi; governo e oposição trocam acusações sobre responsabilidade
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, compareceu nesta quinta-feira (15) ao Senado para prestar esclarecimentos sobre o escândalo envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados pelo INSS, autarquia vinculada à sua pasta.
A apuração do caso resultou na deflagração da “Operação Sem Desconto”, em 23 de abril, para investigar as cobranças irregulares. As denúncias levaram à saída do então ministro Carlos Lupi, que foi substituído por Wolney, seu ex-secretário-executivo. A situação provocou um confronto político entre governo e oposição, que se acusam mutuamente de permitir a manutenção do esquema fraudulento.
Aliados do presidente Lula afirmam que as irregularidades se consolidaram no governo de Jair Bolsonaro, quando o INSS autorizou, entre 2019 e 2022, 10 das 11 entidades atualmente investigadas a realizarem descontos diretamente da folha dos segurados. Por outro lado, a oposição culpa a gestão atual por não ter interrompido as práticas de forma mais rápida.
Informações obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação mostraram, em março de 2023, que 29 entidades aumentaram significativamente o faturamento com os descontos, passando de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões mensais — um total aproximado de R$ 2 bilhões por ano —, mesmo diante de 62 mil processos movidos por aposentados que alegam prejuízos causados por cobranças indevidas.
*Com informações Bahia.ba