Micareta de Feira: Conheça a história por trás dos festejos
Inicialmente os festejos eram chamados de “Micareme”
Suspensa por dois anos devido a pandemia da Covid-19, a Micareta de Feira retorna nesta quinta-feira (20), trazendo atrações como Ivete Sangalo, Léo Santana, Claudia Leitte, Thiago Aquino, dentre outras. Sendo considerada a maior Micareta do Brasil, a trajetória do festejo começa em 1937.
“Feira tinha um carnaval muito animado, mas em 1937 fortes temporais atacaram a cidade, e impossibilitando a realização dos festejos carnavalescos. Por isso, o prefeito da época, Heráclito Dias de Carvalho, decidiu transferir a data os festejos, mas, ressalte-se, sem determinar o dia, porque logo após o carnaval, vem o período da quaresma”, explicou o presidente da Academia Feirense de Letras, Eduardo Kruschewsky, em entrevista ao De Olho na Cidade.
Naquele ano, com a festa marcada para o Domingo de Páscoa, foi criada uma comissão organizadora liderada pelo coletor estadual Manoel da Costa Ferreira, e representantes da do setor artístico e do comércio. Inicialmente, o festejos foi chamado de “Micareme”.
Na primeira Micareta da cidade, participaram do evento três blocos: “A Flor do Carnaval”, “Filhos do Sol”, “As Melindrosas” e mais o convidado “Cruz Vermelha”, vindo de Salvador.
O evento, então, foi alterado e passou a ser realizado quinze dias após a Semana Santa e sua fama cresceu, principalmente em Salvador, passando a chamar-se “Micareta”.
Porém, a mudança foi bem aceita pelo povo e o evento passou a ser realizado quinze dias após a Semana Santa e sua fama cresceu, principalmente em Salvador, passando a chamar-se “Micareta”.
As primeiras entidades afros, os famosos afoxés e blocos de índios, além de escolas de samba surgiram na década de 40, entre elas “Acadêmicos da Feira”, “Mocidade Feirense” e “Malandros do Morro”, esta última criada por Oscar Marques, o “Oscar Tabaréu”, comerciante, dono do “Cassino Irajá” e, mais tarde, deputado estadual.
Em 1954, com o estrondoso sucesso que fazia o trio elétrico Dodô & Osmar, em Salvador, criado três anos antes, em 1951, o coordenador Oscar Tabaréu resolveu trazer a famosa “fobica” para a Feira de Santana. Foi este o primeiro trio elétrico a apresentar-se na folia feirense.
A festa cresceu e, na presidência de Osvaldo Franco (Ioió Goleiro) foi transferida para a Avenida Senhor dos Passos, expandindo-se pela Praça João Pedreira e Avenida Getúlio Vargas, ocupando os dois lados da avenida. Alcançando fama nacional, a Princesa do Sertão passou a receber turistas de todo o país.
Mais tarde, na gestão de José Raimundo de Azevedo, a festa foi ampliada, estendendo- se pela Avenida Getúlio Vargas e permanecendo parte na Avenida Senhor dos Passos. Finalmente, em 2000, por iniciativa do secretário Professor José Raimundo e do prefeito Clailton Mascarenhas, com a aprovação popular, a Avenida Presidente Dutra foi transformada no palco ideal para a grande festa.