Metástase cerebral: entenda o que causou a morte da jornalista Gloria Maria
Metástase cerebral é um tumor secundário
Na última quinta-feira (2), o Brasil se despediu da consagrada jornalista Glória Maria, um dos grandes nomes do jornalismo nacional. A repórter já estava enfrentando uma luta contra o câncer de pulmão, e faleceu devido a uma metástase no cérebro.
Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o câncer de pulmão é o tipo de câncer que mais mata no mundo, com cerca de 1,76 milhão de mortes. A metástase no cérebro se trata de um turno secundário, originário de outro órgão, mas que se espalhou e atingiu a região cerebral.
Câncer de pulmão, mama, rim, colorretal e pele (melanoma são os tipos que mais se espalham pelo corpo, correndo o risco de metástase. A jornalista Glória havia vencido o câncer de pulmão, mas precisou lutar contra a metástase.
“O que chama atenção do câncer de pulmão é que a maior parte dos casos é evitável, porque temos um fator de risco importantíssimo, onde o cigarro é responsável por 85% dos casos. Os outros 15% estão associados à exposição ocupacional, como poluição ocupacional, trabalhos que envolvem amianto ou sílica, indústria de petróleo, etc. Mas esses últimos casos são mais raros, o mais comum é devido ao cigarro. ”, aponta o médico Dr. Samuel Fonseca ao De Olho na Cidade.
Cerca de 35% pacientes relatam crises epilépticas com os principais sintomas de metástase cerebral. Dores de cabeças também são relatadas por quase 40% dos indivíduos. Outros sinais que podem ser detectados são: alterações cognitivas (memória, atenção, raciocínio), mudanças de comportamento, dificuldade de caminhar, alterações visuais, dificuldade de encontrar palavras, fraqueza ou dormência nos membros.
O tratamento de Glória Maria havia sido bem sucedido com a imunoterapia. Diferente da quimioterapia, tratamento mais conhecido que consiste em destruir diretamente as células, a imunoterapia busca ‘treinar’ o sistema imunológico para o combater as células cancerígenas.
“O tumor cria uma camuflagem para se proteger do sistema imune. Nosso sistema imunológico tenderia a destruir o tumor, mas o câncer se camufla. O que fazemos então é utilizar uma substância, uma molécula, que ‘religa’, retira a camuflagem do tumor para que o sistema imune age, e isso tem mudado a história do câncer de pulmão”, pontua.
Ainda segundo o especialista, há um tipo de tratamento chamado ‘terapia alvo’, onde a partir de comprimidos, que não é quimioterapia, é possível inibir o crescimento do tumor com uma molécula pequena que vai no ponto exato da célula tumoral. Apesar de ser um tumor letal, a medicina e a oncologia têm avançado e permitindo que pessoas acometidas pela patologia vivam por mais tempo.