Medicamentos para colesterol: Cardiologista desmistifica mitos e alerta sobre riscos de abandono do tratamento
As substâncias desempenham um papel crucial na prevenção de eventos graves como infarto e AVC
No quadro Momento IDM Cardio, o cardiologista Dr. Cláudio Rocha abordou um tema relevante para a saúde cardiovascular: os medicamentos para controle do colesterol, as estatinas. Segundo o especialista, essas substâncias desempenham um papel crucial na prevenção de eventos graves como infarto e AVC, apesar de enfrentarem crescente resistência por conta de desinformação na internet.
“Essas medicações revolucionaram a cardiologia,” afirmou Dr. Cláudio. Ele explicou que, desde a introdução da sinvastatina nos anos 1980, foi comprovado que os remédios não apenas reduzem os níveis de colesterol LDL (o “colesterol ruim”), mas também ajudam a estabilizar as placas de gordura nas artérias.
“Elas calcificam essas placas, tornando-as mais resistentes e reduzindo o risco de ruptura, o que pode causar infartos ou AVCs,” detalhou.
O médico alertou para o perigo da disseminação de informações incorretas sobre as estatinas nas redes sociais.
“Recebemos diariamente pacientes que questionam a necessidade de usar o medicamento porque ouviram na internet que faz mal ao fígado ou causa outros problemas. Isso é uma verdadeira falácia,” destacou.
Dr. Cláudio enfatizou que abandonar ou substituir os medicamentos prescritos por alternativas naturais, como ômega-3, pode trazer sérias consequências.
“O ômega-3 que usamos no Brasil não tem eficácia comprovada na redução de eventos cardiovasculares. Estudos recentes mostram até risco de arritmias,” alertou.
Suspender os medicamentos sem orientação médica é perigoso. “A longo prazo, o colesterol vai se acumular nas artérias. É como parar de limpar a casa: a sujeira se acumula e pode causar danos irreversíveis,” comparou Dr. Cláudio.
Ele também reforçou a importância do acompanhamento médico para ajustar possíveis efeitos colaterais, que são raros. “Caso ocorram dores musculares ou alterações hepáticas, o médico pode avaliar e ajustar a medicação,” explicou.
Além das estatinas convencionais, novos tratamentos estão disponíveis, como os inibidores de PCSK9, medicamentos injetáveis com aplicação mensal ou trimestral. “São opções para casos graves de colesterol elevado, mas têm custo elevado, cerca de R$ 2 mil por mês,” comentou o especialista.
Dr. Cláudio encerrou a entrevista destacando o papel da internet na disseminação de informações equivocadas. “São pessoas com narrativas bem construídas que convencem outras a abandonar tratamentos essenciais. Confiar no médico é fundamental para garantir a saúde,” finalizou.