Líderes empresariais de Feira de Santana criticam possível aumento do ICMS pelo Governo do Estado
Marco Silva destacou ainda a preocupação com os efeitos econômicos negativos desses ajustes
Em uma resposta às declarações recentes do Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, sobre os ajustes no Imposto sobre o ICMS, Marco Silva, presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana, expressou sérias preocupações com os impactos econômicos das medidas anunciadas.
“Fomos surpreendidos com a matéria onde o governador do Estado é entrevistado e ele fala sobre mais uma adequação de impostos, mais um aumento de impostos, mais um aumento de ICMS. Nós tivemos nos últimos três anos dois aumentos saindo de 18% para 19%, agora 20,5% e tudo isso no âmbito de uma reforma tributária que está em curso, então a gente fica cada vez mais preocupado”, afirmou.
Marco Silva destacou ainda a preocupação com os efeitos econômicos negativos desses ajustes: “É um círculo vicioso que atrapalha a economia. Quando você tira recursos das pessoas, das empresas, você deixa de comprar o produto para pagar o imposto, porque o imposto está embutido no produto. Então, se você tinha dinheiro para comprar, por exemplo, um quilo de carne, você vai ter agora para comprar 900 gramas de carne. Então, você compra menos, ao comprar menos gera menos emprego, gera menos produção”.
O presidente do Sindicato ressaltou a necessidade de um ambiente de negócios previsível e seguro para fomentar o crescimento econômico.
“Deixem a reforma tributária caminhar, porque do jeito que está a insegurança jurídica, a gente vai continuar crescendo menos que os outros países e quando a gente fala menos crescimento, é menos emprego, é menos salário, é mais miséria para o nosso povo.”
Genildo Melo, presidente da Associação Comercial de Feira de Santana, também compartilhou suas preocupações.
“As entidades representativas do setor produtivo observam com muita preocupação qualquer finalização do governo que seja âmbito estadual, federal ou municipal, no que se refere ao aumento da carga tributária. Nesse caso específico, estamos falando do ICMS. É importante ressaltar que nesta atual legislatura, nós já fizemos dois aumentos no imposto sobre circulação de mercadorias. Portanto, o conhecido ICMS. Sabemos que um aumento na alíquota do ICMS impacta diretamente e negativamente nos negócios das empresas. Não tenho a menor dúvida de que poderá causar uma queda no faturamento das empresas e, dentre outras coisas, a consequente redução nos quadros de colaboradores.”
Genildo enfatizou que a população é a mais afetada por esses aumentos: “Quem mais sofre é a população. Pois é justamente a população quem paga os impostos no momento que faz compras de suas mercadorias. As empresas, em dado momento, são apenas meros repassadores de impostos ao governo. As empresas ainda têm a prerrogativa de aumentarem os preços dos seus produtos, e isso cria uma negativa de diminuição na venda, redução no consumo. Enfim, não contribui em nada para a população essa questão de aumento na carga tributária.”
Ele apelou ao governo do estado para reconsiderar a medida: “Enquanto representante da classe produtiva, a Associação Comercial, CDL, Sindicato do Comércio, nós esperamos que o governo reveja esse posicionamento. Não tenho dúvida nenhuma de que, se houver de fato mais um aumento na carga tributária, ficará muito difícil para as empresas e, sem dúvida nenhuma, o que já não está bom pode piorar muito mais. Portanto, faço um apelo ao governo do estado para que reveja esse posicionamento. Acho que não é hora de aumentar imposto em nenhuma das esferas. Nós já estamos muito preocupados com a reforma tributária que até o momento ainda tem muitas dúvidas e as empresas realmente trabalham com pé atrás. Vamos esperar que haja um posicionamento diferente do governo do estado nesse sentido.”