Jornalista feirense traz direto dos EUA a cobertura das eleições presidenciais: expectativas de conflitos e apuração demorada
O resultado oficial será validado pelo Congresso dos EUA apenas em janeiro, mas a expectativa da mídia é que os primeiros sinais do vencedor possam surgir nas próximas horas.
A jornalista feirense Brenda Victória, diretamente dos Estados Unidos, está acompanhando o desenrolar das eleições presidenciais americanas, trazendo ao vivo as últimas atualizações para o De Olho na Cidade.
“O clima está sob controle por enquanto, com muitas pessoas indo às urnas. Porém, há uma grande presença da Guarda Nacional, que está preparada para qualquer situação. Tivemos já um incidente, um homem carregando combustível e uma tocha foi preso no Capitólio”, contou Brenda.
Divisão e incertezas marcam as eleições
Neste ano, o cenário eleitoral nos Estados Unidos está especialmente acirrado entre os candidatos Donald Trump e Kamala Harris. A divisão do país entre republicanos e democratas eleva as preocupações sobre possíveis episódios de violência, sobretudo após o encerramento da votação.
“Trump tem enfatizado que é a ‘última chance’ para o país, criando uma narrativa de ‘tudo ou nada’ para seus apoiadores. Esse tipo de discurso gera apreensão sobre o que pode acontecer caso o resultado final não agrade a um dos lados”, explica Brenda, mencionando que há uma forte tensão nas ruas e no monitoramento da segurança pública.
Processo eleitoral e expectativa de apuração prolongada
Nos Estados Unidos, as eleições são um processo complexo e diferem bastante do modelo brasileiro. Ao invés do voto direto, os eleitores escolhem representantes para o Colégio Eleitoral, que, posteriormente, decidirá o presidente. Cada estado possui um número específico de delegados, baseado em sua população, e é comum que o resultado demore mais para ser conhecido, principalmente em uma eleição tão disputada como esta.
“As urnas começam a fechar às 18h pelo horário de Brasília, mas em alguns estados elas só fecham na madrugada de quarta-feira. Como o resultado está muito apertado, especialmente nos chamados ‘estados-pêndulo’ como a Pensilvânia, é possível que haja recontagens, o que pode atrasar a decisão final”, detalhou a jornalista.
Além disso, Brenda ressaltou que a contagem dos votos é mais demorada devido ao sistema de cédulas em papel, muitas das quais foram enviadas antecipadamente pelos eleitores.
“Aqui, eles utilizam cédulas de papel, então a apuração pode levar mais tempo. Em alguns lugares, a contagem é manual, o que exige a presença de representantes de ambos os partidos, republicanos e democratas, na sala de contagem”, disse.
Questionamentos e desafios na legitimidade do processo
O processo eleitoral deste ano já foi alvo de mais de 100 ações judiciais, com o partido republicano questionando aspectos como a elegibilidade de eleitores e o gerenciamento das listas eleitorais. Mesmo assim, Trump declarou recentemente que aceitará o resultado “se a eleição for justa”. Brenda, entretanto, questiona o que significa “justo” para os republicanos: “Trump e seus aliados estão sugerindo que só será uma eleição justa se os republicanos ganharem. Resta ver como reagirão se o resultado não for favorável para eles.”
O resultado oficial será validado pelo Congresso dos EUA apenas em janeiro, mas a expectativa da mídia é que os primeiros sinais do vencedor possam surgir nas próximas horas. Enquanto isso, os americanos e o mundo aguardam, ansiosos, o desfecho desta eleição que promete definir rumos significativos para o futuro dos Estados Unidos e para as relações globais.