Jogador de futebol preso em Feira de Santana pode ter cúmplices, aponta investigação
O jogador passou por audiência de custódia e já foi encaminhado ao presídio.
O jogador de futebol identificado como Tico Baiano, de 25 anos, foi preso na terça-feira (18) em Feira de Santana, suspeito de envolvimento em uma série de crimes, incluindo estupro, assaltos, extorsão e constrangimento ilegal. Segundo a Polícia Civil, ele utilizava um modus operandi que tinha como alvo mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente garotas de programa e estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). No total, 11 vítimas já foram identificadas.
Atualmente, o jogador atuava no time Crac de Goiás, sendo anunciado como reforço da equipe em março deste ano para disputar a Série D do Campeonato Brasileiro. Ele também tem passagens pelos clubes Fluminense de Feira, Bahia de Feira e Barcelona de Ilhéus. Além disso, há registros de antecedentes criminais contra ele no estado do Ceará.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19), o coordenador da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), Dr. Yves Correia, destacou a gravidade do caso.
“Certamente é uma prisão importante, não só para Feira de Santana, mas para todo o Brasil, uma vez que ele já atuou em outros estados. O modus operandi chama atenção, pois ele escolhia vítimas vulneráveis, como garotas de programa e estudantes da UEFS, fingindo ser cliente para cometer os crimes”, afirmou.
A delegada titular da 2ª Delegacia Territorial (DT), Lorena Almeida, explicou como as investigações levaram à prisão do suspeito.
“Através de estratégias de inteligência, conseguimos identificar que os delitos estavam sendo praticados pela mesma pessoa. Quando percebemos que o modus operandi era semelhante, ligamos os fatos e aprofundamos as investigações”, disse.
De acordo com as autoridades, Tico Baiano entrava em contato com as garotas de programa através de sites de anúncios e aplicativos de mensagens, marcando encontros e se passando por cliente. No local, praticava crimes como estupro, extorsão e constrangimento ilegal. Já com relação às estudantes, ele se aproximava da área universitária e, em algumas situações, pulava muros e invadia residências para cometer os delitos.
“Ele sempre se aproveitava da vulnerabilidade das vítimas. As estudantes, por exemplo, muitas vezes moram sozinhas, vieram de outras cidades para cursar o ensino superior e ficavam expostas a esse tipo de violência”, explicou a delegada Lorena Almeida.
O delegado Lázaro Leonardo revelou que alguns crimes foram cometidos na presença de mais de uma vítima. Em um dos casos, ele obrigou uma mulher a transferir R$ 5 mil para sua conta. A Polícia também suspeita que pelo menos outras duas pessoas tenham envolvimento nos crimes e que ele possa ter cometido atos semelhantes em outros estados.
A Polícia Civil continua investigando o caso e acredita que novas vítimas possam surgir com a divulgação das informações.
“Com a repercussão do caso, é possível que outras mulheres procurem a delegacia para relatar situações semelhantes”, afirmou.
Tico Baiano passou por audiência de custódia e já foi encaminhado ao presídio. O inquérito policial segue em andamento para aprofundar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos nos crimes.
*Com informações do repórter Robson Nascimento