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Inteligência artificial e segurança de dados: Professor alerta para riscos e dá dicas de proteção no mundo digital

A IA, embora revolucionária, pode ser utilizada tanto de forma positiva quanto negativa.

08/06/2025 12h00
Inteligência artificial e segurança de dados: Professor alerta para riscos e dá dicas de proteção no mundo digital

Durante participação no quadro Unex Profissões, do programa Jornal do Meio Dia, o professor e coordenador do curso de Sistemas de Informação da Unex, Rafael Brasil, falou sobre os impactos da inteligência artificial (IA) na segurança de dados e deu orientações importantes sobre como se proteger em meio ao aumento dos golpes virtuais.

Com o tema “Inteligência Artificial e Segurança de Dados: como proteger suas informações na era digital”, o professor destacou que a IA, embora revolucionária, pode ser utilizada tanto de forma positiva quanto negativa.

“A inteligência artificial veio para revolucionar, independente da vertente que você está olhando. Ela pode ser usada de maneira benéfica ou maléfica. Por isso, é essencial estarmos atualizados e treinados para entender como utilizá-la e como se proteger contra aqueles que têm intenções maliciosas”, afirmou.

Questionado sobre o aumento expressivo de golpes virtuais, Rafael Brasil ressaltou que muitas das fraudes atuais são variações tecnológicas de práticas antigas.

“A maioria dos golpes ainda é baseada em engenharia social, como alguém se passar por outra pessoa. A diferença é que agora, com a IA, esses golpes ganham uma aparência mais realista, mais convincente”, explicou. Ele citou como exemplo os vídeos falsos de autoridades públicas pedindo dinheiro, construídos com tecnologias de deepfake.

“A grande sacada é a conscientização, especialmente para pessoas da melhor idade, que muitas vezes não têm familiaridade com a tecnologia. É papel dos mais jovens explicar o que está acontecendo, trazer exemplos, como o golpe do INSS, entre tantos outros”, destacou.

Sobre como se proteger no mundo digital, o professor foi direto: “A primeira coisa é criar senhas fortes. Nada de usar nome de parente ou datas de aniversário. A senha precisa ter letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais. Além disso, é essencial ativar a autenticação em múltiplos fatores, como confirmação por e-mail, biometria ou SMS.”

Segundo ele, dificultar o acesso de criminosos digitais é fundamental, já que, atualmente, eles utilizam robôs com inteligência artificial para tentar quebrar senhas.

“Temos que dificultar ao máximo. Não adianta pensar que estamos 100% seguros”, alertou.

O professor também falou sobre como a IA impacta a formação acadêmica e o mercado de trabalho na área de Sistemas de Informação.

“Nosso curso já vinha discutindo inteligência artificial antes mesmo do boom da IA generativa. Formamos profissionais preparados para estar do outro lado da trincheira — ou seja, não apenas usuários da tecnologia, mas criadores de soluções que resolvem problemas reais da comunidade.”

Rafael destacou ainda que os alunos são preparados com disciplinas voltadas para segurança da informação, redes, desenvolvimento e projetos de extensão.

“Não basta saber a técnica. Precisamos formar profissionais capazes de aplicar esse conhecimento para melhorar a sociedade”, afirmou.

As empresas, de acordo com Rafael Brasil, estão começando a se adaptar à nova realidade por meio da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

“Mas além de cumprir a lei, é preciso investir em profissionais capacitados e sistemas atualizados. A velocidade com que a tecnologia avança é a mesma dos golpes — ou até maior. Por isso, é crucial estar sempre um passo à frente”, observou.

Ao ser questionado se a IA representa mais riscos ou benefícios na segurança da informação, Rafael respondeu: “É 50% para cada lado. O que não podemos é baixar a guarda e achar que estamos totalmente seguros no mundo digital.”

Ele deu um exemplo pessoal recente: “Recebi uma ligação dizendo que meus pontos Livelo iriam vencer, supostamente ligados a uma conta do Bradesco — banco que nem conta eu tenho. Então, por que eu clicaria ou forneceria meus dados?”

Para ele, a palavra-chave é desconfiança. “Golpistas usam um senso de urgência para que você não tenha tempo de pensar. Então, respire. Diga que vai responder depois. Essa pausa pode ser a diferença entre cair ou não em um golpe.”

O quadro foi encerrado com um alerta final. “Precisamos estar sempre atentos. A IA é uma ferramenta poderosa, mas também perigosa se cair nas mãos erradas. A melhor proteção é a informação e a cautela”, concluiu Rafael Brasil.

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