Inflação continua desacelerando em maio e fica em 0,47%, diz IBGE
Em abril, quando o índice ficou em 1,06%, a inflação já mostrava desaceleração, já que havia sido de 1,62% em março
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) —que mede a inflação oficial do país–, desacelerou a 0,47% em maio, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (9).
No ano, o indicador acumula alta de 4,78% e, nos últimos 12 meses, de 11,73%, abaixo dos 12,13% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O mercado esperava alta mensal de 0,6%, conforme a mediana das expectativas de analistas, e de 11,84% na comparação com maio do ano passado.
Em abril, quando o índice ficou em 1,06%, a inflação já mostrava desaceleração, já que havia sido de 1,62% em março.
O acumulado em 12 meses continua muito acima da meta para 2022, de 3,50%, com margem de 1,5 ponto para mais (5%) ou para menos (2%). O IPCA vem ultrapassando o teto da meta desde março do ano passado.
A principal divergência nas expectativas do mercado ocorreu em alimentação em domicílio, segundo Thomaz Sarquis, economista da Eleven Financial, que também destacou resultados abaixo do esperado em serviços e industriais.
Apesar do resultado geral abaixo do esperado, o especialista pondera que a inflação ainda está alta. “Ainda enxergamos a composição do índice de forma desfavorável, corroborando a projeção de mais uma elevação de 0,5 ponto na Selic na semana que vem”, diz.
“Apesar da surpresa positiva, a inflação continua em patamares muito elevados e não há sinais de que esteja desacelerando na margem. Esse resultado de maio sinaliza apenas que a alta inflação começa a perder fôlego”, diz Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank.
Grupos
O grupo vestuário teve a maior variação do índice no mês, com alta de 2,11% e 0,09 ponto percentual de contribuição. Já o maior impacto no índice veio do grupo transportes, de 0,30 p.p., e alta de 1,34%. O avanço desse grupo foi menor do apresentado no mês passado, quando havia subido 1,91%, ressalta o IBGE.
A alta mais relevante dos transportes veio das passagens aéreas (18,33%), que já haviam subido 9,48% em abril, sendo o maior impacto individual positivo no índice do mês (0,08 p.p.), junto aos produtos farmacêuticos, que subiram 2,51% (impacto de 0,08 p.p.), diz o instituto.
*CNN