Infiltrações e erros em reformas: Arquiteta alerta sobre riscos no período de chuvas e dá dicas de prevenção
Especialista reforçou o papel do projeto arquitetônico e de engenharia na prevenção de problemas estruturais e acidentes.
Em entrevista ao quadro Home News no programa Jornal do Meio Dia, a arquiteta e urbanista Ana Vitória trouxe orientações importantes sobre cuidados com as edificações durante o período de chuvas, quando se intensificam problemas como infiltrações, umidade, deslizamentos e até acidentes domésticos. Além de destacar soluções técnicas, Ana fez um apelo à consciência ambiental da população.
“A gente entra nesse período de clima mais agradável, mas logo surgem problemas com infiltrações, manchas nas paredes, telhados vazando e móveis danificados”, alertou. Segundo a arquiteta, muitas dessas situações são reflexo de falhas na construção, como a ausência de impermeabilização da fundação, o que permite a chamada “umidade ascendente”, comum nas manchas próximas ao rodapé das paredes.
“Para corrigir, é necessário o uso de argamassa hidrofugante ou polimérica, com o acompanhamento de um profissional de arquitetura ou engenharia. Não adianta mascarar o problema colocando pisos ou cobrindo a parede – isso só esconde o dano, mas ele continua ali, causando até problemas respiratórios”, afirmou.
Além da umidade, Ana Vitória também chamou atenção para os acidentes provocados por pisos escorregadios em áreas externas. O apresentador da entrevista, inclusive, relatou ter sofrido uma queda séria, com lesão de ligamento, por conta de piso inadequado em uma calçada.
“Isso pode, sim, gerar responsabilidade judicial. O proprietário do imóvel pode responder por acidentes causados por revestimentos mal escolhidos. Por isso, é fundamental escolher pisos antiderrapantes, com textura própria para áreas externas”, explicou.
Ana também reforçou o papel do projeto arquitetônico e de engenharia na prevenção de problemas estruturais e acidentes.
“Projetos bem elaborados preveem desde a drenagem correta até a escolha dos materiais mais indicados. A gente consegue evitar dores de cabeça e oferecer soluções duradouras para o imóvel.”
Ela lembrou ainda que o trabalho do arquiteto não termina com a entrega da obra: “É essencial fazer vistorias periódicas para manter a edificação em bom estado. A arquitetura continua no pós-obra.”
A arquiteta aproveitou para abordar também a questão do urbanismo e como o planejamento da cidade influencia nos problemas causados pela chuva.
“Construir em áreas de risco, como margens de lagoas ou zonas de alagamento, é algo que ainda acontece em Feira de Santana e traz prejuízos para o próprio morador. A água vai buscar seu curso natural, e quando chove forte, os danos aparecem.”
Outra sugestão importante foi a manutenção de áreas permeáveis nas residências. “Colocar grama, jardim, pedras, tudo isso ajuda a infiltrar a água no solo. Mas infelizmente, temos uma cultura da cidade de concreto – as pessoas cobrem tudo com cimento e piso. Aí, quando chove, não tem para onde a água ir.”
“Como arquiteta, sempre tento convencer os clientes a deixarem um espaço verde. Além de ajudar no escoamento da água, valoriza o imóvel e é benéfico para a saúde. Mas falta educação ambiental. Muita gente só pensa no trabalho de manutenção”, completou.
Ana Vitória finalizou lembrando que imóveis bem planejados, livres de infiltrações, com áreas verdes e materiais adequados são mais valorizados no mercado.
Quem quiser acompanhar mais sobre o trabalho da arquiteta pode seguir no Instagram @anavitoriaarquitetura ou no perfil do escritório @caan.projetos, onde ela atua em parceria com o engenheiro civil Caio Jorge.
“A gente está aqui para ajudar desde o início da obra até a sua manutenção, para que o imóvel tenha longa vida útil e gere conforto e segurança para quem vive nele”, concluiu.