Indústria do vestuário de Feira de Santana encerra 2024 em alta e projeta crescimento para 2025
Feira de Santana se consolida como polo de confecção com milhares de empregos gerados
Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia da rádio Princesa FM, Edison Nogueira, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Feira de Santana (Sindvest), diretor do Centro Industrial Subaé (CIS), membro da Associação Comercial de Feira de Santana e representante da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), abordou os avanços e desafios da indústria em Feira de Santana e na Bahia, com foco especial no setor de vestuário.
Crescimento em 2024
Edison destacou que a indústria baiana, de forma geral, cresceu 3,6% em 2024. No setor de vestuário, que tem grande relevância por ser intensivo em mão de obra, o desempenho foi considerado mediano ao longo do ano, mas encerra 2024 com perspectivas otimistas, impulsionado pelo período natalino.
“O Natal é sempre muito importante para escoar os produtos fabricados durante o ano. Estamos tendo um dos melhores natais dos últimos dez anos”, afirmou.
Feira como polo de moda praia
Apesar de não ter litoral, Feira de Santana se consolidou como um dos maiores polos de moda praia na Bahia, segundo Edison
“Produzimos peças de alta qualidade que são referência no estado. Mesmo sem praia, Feira de Santana exporta moda praia para o Brasil, o que é muito significativo para a economia local.”
Edison enfatizou o papel das pequenas oficinas de costura, conhecidas como facções, na dinamização do mercado local
“São milhares de famílias trabalhando para atender as grandes fábricas, gerando empregos e fortalecendo a economia.”
Ele também ressaltou a importância da união entre o comércio físico e as redes sociais
“Empresas locais que começaram a atuar nas redes sociais atraíram mais clientes e melhoraram seus resultados. É essencial integrar o físico com o digital para atender às novas demandas do mercado.”
Para tornar a mão de obra mais competitiva, Edison destacou o projeto Compete Moda Bahia, que incentiva a qualificação e a eficiência no setor.
“Queremos mostrar a importância de produzir com qualidade e velocidade. Feira de Santana tem capacidade e tradição no setor de confecções, e o Compete Moda Bahia reflete nosso potencial.”
Perspectivas para 2025
Com a alta do dólar, Edison demonstrou preocupação quanto ao impacto no custo de produção, devido à dependência de insumos importados.
“Há 15 anos, o Brasil produzia tudo que consumia, mas hoje dependemos de importações. O aumento do dólar é um desafio, mas acredito que será superado.
Ele destacou, no entanto, a resiliência do setor e a criatividade dos profissionais.
“Quem trabalha com vestuário é um verdadeiro artista, sempre inovando e criando novas coleções. O aumento do dólar não pode tirar a capacidade de inovação dessas pessoas tão criativas.”
Edison encerrou destacando a importância de pensar no coletivo e deixar um legado para o desenvolvimento econômico da cidade.
“Trabalhamos para fortalecer o setor e contribuir para o crescimento de Feira de Santana. Nosso objetivo é que as futuras gerações reconheçam os esforços para que a indústria seja o que é hoje.”