Feira de Santana

Implantação do novo sistema de marcação exige paciência e apoio da população, diz secretário

O secretário detalhou o funcionamento do novo sistema, que passa a contar com múltiplos canais de acesso: aplicativo, site e também atendimento direto nas unidades de saúde.

31/05/2025 13h26
Implantação do novo sistema de marcação exige paciência e apoio da população, diz secretário
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Prefeitura de Feira de Santana iniciará, no mês de junho, a implantação oficial de um novo modelo de marcação de exames e consultas na rede pública de saúde. Segundo o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Matos, a proposta é ampliar o acesso da população aos serviços, com mais agilidade, transparência e dignidade.

O secretário detalhou o funcionamento do novo sistema, que passa a contar com múltiplos canais de acesso: aplicativo, site e também atendimento direto nas unidades de saúde.

“Antes, tínhamos apenas o aplicativo como única via. Agora, quem não tem celular com memória disponível ou não tem internet, pode ir até a unidade de saúde e fazer o agendamento por lá, com apoio da equipe”, explicou.

Rodrigo Matos classificou a mudança como um modelo “multimodal de marcação”, destacando que ele contempla tanto os cidadãos conectados quanto os que têm mais dificuldades tecnológicas, como moradores de distritos e áreas mais afastadas da cidade. “É uma forma de ampliar o acesso e atender ao princípio da universalidade do SUS”, disse.

Outro avanço importante está na tecnologia embarcada no sistema. O aplicativo agora utiliza inteligência artificial para organizar uma fila única e automatizada, que roda diariamente à meia-noite e meia para distribuir as vagas disponíveis de acordo com a ordem dos pedidos.

“Isso gera mais transparência e permite auditar o processo. Se duas pessoas pedirem a mesma consulta em horários diferentes, o sistema registra e organiza a fila automaticamente, respeitando a ordem de entrada”, explicou.

Além da automação, o sistema prevê o acompanhamento técnico para casos prioritários.

“Imagine Dona Maria, que é diabética e precisa com urgência de uma consulta com oftalmologista. Mesmo que ela esteja em 80º lugar na fila, um médico ou enfermeiro regulador pode identificar a urgência e justificar tecnicamente a prioridade, garantindo o atendimento adequado”, afirmou.

A implantação oficial começou no dia 2 de junho, mas os testes e ajustes começaram ainda no final de abril.

“As unidades de saúde já estão preparadas, os prestadores treinados e os primeiros agendamentos estão sendo realizados com esse novo modelo”, disse o secretário. Ele destacou, porém, que o processo é complexo e levará alguns meses até atingir sua plena eficiência. “A virada de sistema é algo que exige tempo. Junho, julho e agosto serão meses de adaptação, mas vamos vencer esses desafios.”

Com a mudança, a expectativa é que as longas filas físicas deixem de existir, dando lugar a uma fila virtual, acompanhada pelo cidadão via aplicativo ou mensagem de WhatsApp.

“Se for um exame de sangue, raio-x, eletrocardiograma ou mamografia, o paciente já sai da unidade com a data e o horário marcados. Nos outros casos, o pedido entra na fila única e o paciente recebe a notificação em casa”, explicou.

Esse novo modelo também trará melhorias na gestão da rede pública. “Agora, podemos enxergar a demanda reprimida com clareza. Se eu vejo que tenho 1.200 pessoas esperando uma consulta de otorrino, por exemplo, posso organizar um mutirão ou aumentar a oferta de consultas naquele mês”, disse Matos. “Essa é a diferença: antes a gente não sabia exatamente o que o povo de Feira estava esperando. Agora sabemos e podemos agir.”

Rodrigo Matos aproveitou para agradecer aos profissionais da atenção básica e aos agentes comunitários de saúde, que serão peças-chave na disseminação das informações.

“Estamos falando de um modelo disruptivo. Não é fácil, exige adaptação, mas vai dar dignidade às pessoas. A população vai poder marcar seus exames e consultas com mais comodidade, sem filas, sem peregrinação por laboratórios em busca de cotas”, concluiu.

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