Ideologia de impunidade contribui com índices de violência, afirmam agentes de segurança
“A morte de um jovem é sinônimo falência da família e Estado”, diz tenente-coronel Amon Pereira Gomes
Feira de Santana foi citada como a 9ª cidade mais violenta do Brasil, de acordo com o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Segundo o tenente coronel Amon Pereira Gomes, discutir a violência é complexo pois diversos fatores estão envolvidos.
“Isso é uma demonstração de falência da nação, a morte de um jovem é sinônimo falência da família e Estado. A violência começa desde o modelo interpretativo e ideológico, daqueles que tem o poder de vitimar o bandido, então tem que parar com essa ideologia que o individuo que subtraiu um celular é um ‘coitadinho’, ás vezes pode ter lesado o cidadão por pura vaidade. Nossa causa maior é a questão da consciência moral, que está cada vez mais se perdendo, é resgatar os valores que a sociedade deixou sucumbir”, afirma o tenente em entrevista ao De Olho na Cidade.
Ainda, a Policia Militar baiana foi citada como a PM que mais possui vitimas de mortes em todo o Brasil. Para o tenente coronel Amon, os dados são deprimentes.
“As instituições são construídas para regularizar, normatizar e fiscalizar, ser mantedores da paz, facilitando a vida dos cidadãos. Aquele que se desvirtua, temos que saber a causa do que o levou a isso, e no confronto, o policial também está lá para neutralizar situações. O policial também é um pai de família e ás vezes precisa usar da força”, pontua.
Já o agente de segurança pública, Paulo dos Anjos, destacou que desde 2016 a Bahia lidera o número de homicídios do Brasil, então não teria como os embates da policia não surtirem em relação a esse número. Ainda, ele também pontua a impunidade como um fator a ser combatido.
“Há essa ideologia de ver o marginal como vitima, mas e o cidadão como fica? Percebemos que os indivíduos tem cometido muito crime em Feira no horário que as pessoas estão indo trabalhar ou retornando. Observamos que o estado precisa mudar a sua mentalidade de segurança pública, o estado precisa enxergar o cidadão como verdadeira beneficiário da segurança”, salienta.