Homens armados e encapuzados invadem emissora no Equador em meio a criseno sistema penitenciário
Outros ataques foram registrados em outras cidades do país, como Esmeralda, perto da fronteira com a Colômbia
Homens armados e encapuzados invadiram o estúdio de uma emissora no Equador, nesta terça-feira (9). O canal estava ao vivo quando o grupo avançou sobre o estúdio e ameaçou os jornalistas e cinegrafistas. Sem dar mais detalhes, a polícia anunciou “várias prisões” e divulgou fotos que mostram pelo menos dez suspeitos deitados no chão, com as mãos atadas por lacres plásticos.
Outros ataques foram registrados em outras cidades do país, como Esmeralda, perto da fronteira com a Colômbia, homens armados incendiaram carros e ameaçaram as pessoas que passavam. O presidente, Daniel Noboa, declarou na tarde de hoje conflito armado interno e disse que as gangues atuando no país são organizações terroristas. “Ordenei às Forças Armadas que realizem operações militares para neutralizar esses grupos”, disse nas redes sociais.
Durante a invasão da TV, disparos foram ouvidos no estúdio principal e os funcionários da emissora usaram um grupo de WhatsApp para pedir ajuda: “socorro, eles querem nos matar”, dizia a mensagem. Segundo as informações preliminares divulgadas pela jornal local El Universo, o bando deixou uma dinamite na recepção e fez os profissionais da emissora reféns. “Estamos no ar para dizer que não se brinca com a máfia”, disse um dos criminosos. Por volta das 14:30, a transmissão foi interrompida no Equador, mas o sinal internacional permaneceu no ar.
Na segunda-feira, o governo já havia decretado estado de exceção em resposta a onda de violência com policiais sequestrados. O país fica situado entre os maiores produtores de cocaína do mundo, Colômbia e Peru, e tem exercido há anos o papel de ponto de exportação de ilícitos para a América do Norte e a Europa. No ano passado, essa violência atingiu a eleição presidencial com a morte do candidato Fernando Villavicencio, 59 anos, assassinado com três tiros na cabeça enquanto saía de um ato de campanha na capital do país, Quito, em outubro.
*Metro 1