Hipertensão: doença silenciosa afeta 27,9% dos brasileiros
Doença afeta quase um terço da população brasileira e exige atenção preventiva
Mais conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial é uma condição que atinge cerca de 27,9% da população brasileira, segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023.
Em entrevista ao quadro Momento IDM Cardio, no Jornal do Meio Dia, o cardiologista Dr. Germano Lefundes reforçou que a hipertensão é “uma doença silenciosa” e que, por isso, muitas vezes o diagnóstico só é feito em fases mais avançadas.
“A doença é mais prevalente em pessoas de maior idade, mas atinge também jovens e até crianças. O problema é que, apesar de existirem muitos mitos, os pacientes só procuram um médico numa fase mais tardia, quando já têm sintomas das complicações”, alertou.
O Ministério da Saúde define a doença quando os valores da pressão máxima (sistólica) e mínima (diastólica) são iguais ou ultrapassam 140/90 mmHg (14 por 9).
Segundo o especialista, a hipertensão é caracterizada por uma elevação sustentada e contínua da pressão arterial, ultrapassando os limites seguros de variação que o corpo é capaz de ajustar. Por isso, não basta uma aferição pontual para definir o diagnóstico.
“O paciente precisa de uma avaliação detalhada para termos 100% de certeza. O que diagnostica hipertensão não é sintoma, é a aferição periódica da pressão”, explicou.
Dr. Germano ressaltou que a medição deve ser feita de forma correta: em repouso, sentado, em ambiente tranquilo e, se houver deslocamento, aguardando ao menos cinco minutos antes da aferição. Situações de dor, estresse ou mal-estar podem elevar a pressão momentaneamente e não devem ser usadas como base para diagnóstico.
O médico também destacou que a hipertensão não surge de forma súbita, mas como parte de um processo contínuo, no qual existe uma “zona cinzenta” entre o nível normal e a doença estabelecida. Nessa fase, mudanças de estilo de vida, como alimentação equilibrada, prática de atividade física e controle do peso, são essenciais para evitar a progressão.
“Uma vez estabelecida, a hipertensão é geralmente multifatorial e o paciente dificilmente reverte o quadro. Existem casos em que é possível, mas a prevenção continua sendo o caminho mais eficaz”, concluiu.