“Guilherme Boulos será um aliado na luta da FUP pela reestatização da RLAM”, diz Deyvid Bacelar
Bacelar informou que o ministro foi bastante receptivo à pauta apresentada pela FUP

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros e Petroleiras (FUP), Deyvid Bacelar, reuniu-se na última quarta-feira (19/11) com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, para discutir diversas questões, entre as quais a necessidade de a Petrobras reestatizar a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e apresentar uma solução definitiva para o plano de equacionamento do déficit da Petros, que faz com que aposentados e aposentadas da Petrobras – que pagaram uma previdência complementar durante 20, 40 anos – tenham hoje os valores de suas aposentadorias descontados para pagar um rombo causado pelos próprios administradores do fundo de pensão, que não corrigiram problemas estruturais ao longo dos anos.
Bacelar informou que o ministro foi bastante receptivo à pauta apresentada pela FUP e disse que ele (Boulos) vai dar prioridade a essa questão da Petros, que envolve mais de duzentas mil pessoas em todo o Brasil. O sindicalista contou que esteve na posse de Boulos há duas semanas e falou com ele sobre a necessidade dessa reunião. “Em menos de um mês Boulos decidiu nos receber no Palácio do Planalto, em uma reunião que durou uma hora e meia. Apresentamos nossa proposta para o acordo coletivo de trabalho e cobramos uma posição do governo, que é o acionista majoritário da Petrobras”, informou Bacelar. Ele disse que foi também apresentada ao ministro a pauta por um Brasil soberano, com 13 itens, com sugestões para que a Petrobras “possa contribuir ainda mais com o desenvolvimento do Brasil como um todo. Dentro desses 13 itens, um deles fala sobre a necessidade de recompra dos ativos que foram privatizados pelo governo anterior, entre eles a Refinaria de Mataripe”.

De acordo com Bacelar, a RLAM é a segunda maior refinaria do Brasil e primeira da história da Petrobras, que infelizmente foi vendida pelo ex-presidente Bolsonaro para o Grupo Mubadala, dos Emirados Árabes. “Privatizar fez muito mal à Bahia, que hoje arca com o segundo combustível mais caro do país. A indústria baiana não está aguentando mais comprar os derivados da Acelen, e o governo do estado está perdendo R$ 500 milhões todo mês. Quando a Petrobras operava a refinaria, utilizava 97% de sua capacidade, mas a Acelen opera apenas 70% de seu fator de utilização, o que faz com que a arrecadação do estado despenque”, ressaltou Bacelar, que é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável do governo Lula.
“O povo está sofrendo muito. Boulos entendeu o tema e disse que vai levar essa pauta ao presidente Lula, defendendo a reestatização da RLAM para o bem do povo baiano”.
Durante o encontro, a FUP pediu também a prorrogação do prazo de validade do concurso público da Petrobras 2023.2, a recompra de ativos estratégicos que foram privatizados, o retorno da estatal à distribuição de combustíveis e gás, o fortalecimento da produção de fertilizantes, e o investimento dos royalties oriundos da exploração da Margem Equatorial brasileira para financiar a transição energética justa, soberana e popular no país.
O consenso junto ao ministro é de que a Petrobras precisa voltar a ser uma empresa integrada de energia, como era antes do desmonte que sofreu nos governos passados. Para isso, segundo Bacelar, precisa recuperar ativos estratégicos, como as refinarias, a BR, a Liquigás e a TAG, e voltar a cumprir o seu papel social, priorizando o povo brasileiro na distribuição da riqueza gerada e não os pagamentos extraordinários de dividendos para os acionistas.
“É fundamental que a Petrobras lidere a transição energética, diversificando a atuação com investimentos robustos em fontes limpas e garantindo um espaço permanente de diálogo com os trabalhadores e os movimentos sociais”, frisou Bacelar.






