Saúde

Ginecologista reforça alerta no Novembro Roxo sobre riscos da prematuridade e necessidade de prevenção

Dr. Francisco Motta, diretor do ambulatório do Hospital da Mulher, fala sobre os cuidados e papel da unidade de saúde no combate aos nascimentos prematuros

18/11/2025 11h31
Ginecologista reforça alerta no Novembro Roxo sobre riscos da prematuridade e necessidade de prevenção

Para além dos cuidados dedicados à saúde do homem e a valorização da herança cultural afrobrasileira o mês de novembro também é dedicado à conscientização sobre os riscos e desafios dos nascimentos prematuros, o Novembro Roxo. Em Feira de Santana, os cuidados mais importantes relacionados à prematuridade são realizados no Hospital Municipal Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher), que reforça a importância do planejamento reprodutivo, do acompanhamento pré-natal qualificado e da atenção especial às gestantes de alto risco.

Em entrevista, o ginecologista e diretor do ambulatório da unidade, Dr. Francisco Motta, destacou fatores determinantes para a ocorrência de partos prematuros e medidas que podem reduzir significativamente esses índices.

Segundo o especialista, a gestação não planejada é um dos principais elementos que levam à prematuridade. “Em torno de 55% das gestações no Brasil não são planejadas. Claro que isso não significa que são indesejadas, mas dessas, cerca de 29% são gestações não desejadas, o que aumenta naturalmente o risco”, explica. 

O médico também destaca que a gravidez no momento adequado da vida aumenta consideravelmente as chances de uma gestação saudável e que a idade também é um fator de impacto.

“A prematuridade é mais frequente nos extremos da vida reprodutiva, tanto na adolescência quanto em mulheres acima dos 40 anos. Uma paciente que engravida após os 40 anos sem planejamento tende a ter um risco maior de prematuridade, e isso tem se tornado comum nos dias de hoje”, pontua.

Entre as estratégias de prevenção, Dr. Francisco enfatiza a atenção especial às gestantes de alto risco. Mulheres com histórico de parto prematuro, diabetes gestacional, hipertensão ou outras condições médicas precisam de acompanhamento rigoroso. “Se eu tenho uma gestante com a glicemia controlada, a chance de ela ir até o final da gestação é muito maior. O mesmo vale para a pressão arterial”, afirma.

Alguns exames também desempenham papel fundamental na identificação precoce dos riscos, como a ultrassonografia morfológica do segundo trimestre, entre 20 e 24 semanas, que permite a medição do colo do útero. “Quando o colo está curto, existe um risco maior de prematuridade. A partir daí, podemos agir e usar medicações que reduzem esse risco”, explica.

O diretor do ambulatório destaca ainda que o pré-natal qualificado oferecido pelo Hospital da Mulher é essencial para reduzir os índices de nascimentos prematuros na cidade. Além do obstetra, as gestantes de alto risco contam com acompanhamento multiprofissional, envolvendo cardiologista, psiquiatra, psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista. “Estimular bons hábitos alimentares, garantir ganho de peso adequado e oferecer acolhimento e orientação fazem toda a diferença”, afirma.

Para Dr. Francisco, o Novembro Roxo é uma oportunidade de reforçar à população que muitos fatores de risco são controláveis. “Um pré-natal bem-feito, com atenção total à gestante, permite identificar sinais de alerta e agir precocemente. Nosso objetivo é garantir que mais gestações cheguem ao termo e que menos famílias enfrentem os desafios da prematuridade”, conclui.

*JP Miranda/ De Olho na Cidade

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