No quadro Mulheres em Pauta, a ginecologista Dra. Márcia Suely abordou um tema que ainda desperta dúvidas e receios entre muitas mulheres: é possível tratar os sintomas da menopausa sem reposição hormonal? A resposta, segundo a especialista, é sim — mas com acompanhamento médico e estratégias personalizadas.

“Esse tema não veio do meu consultório, como geralmente acontece. Veio do Instagram, de uma seguidora que me perguntou: ‘Doutora, é possível tratar a menopausa sem usar hormônio?’”, contou a médica ao vivo, durante entrevista conduzida por Vitor Lopes, Nova Lima e equipe.

Dra. Márcia explicou que os hormônios são fundamentais para o funcionamento harmônico do corpo, atuando como sinalizadores em funções que envolvem o cérebro, o coração, os ossos, o intestino e outros órgãos. Com a chegada da menopausa — geralmente entre 48 e 52 anos, embora possa ocorrer precocemente antes dos 40 — há uma queda drástica dos hormônios ovarianos, o que desencadeia uma série de sintomas e mudanças fisiológicas.

“Não é só a função reprodutiva que se perde. O corpo inteiro sente a queda dos hormônios. Desde insônia, irritabilidade, fogachos, até perda de memória, enfraquecimento dos ossos e alterações no intestino. É um impacto profundo”, explicou.

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Nem toda mulher precisa usar hormônio

Dra. Márcia foi enfática ao afirmar que a decisão sobre fazer ou não reposição hormonal deve ser da paciente, com base em informação e orientação médica. Muitas mulheres recusam o tratamento hormonal por desinformação ou medo, especialmente do câncer de mama.

“Quem decide sobre a reposição hormonal é a paciente, não sou eu, nem o Instagram. Eu informo, explico, mas respeito o desejo de quem prefere não usar hormônio. Já atendi pacientes que moram no meio do mato, como uma do Capão, que tem toda uma filosofia de vida natural. Ela não queria, e tudo bem.”

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Tratamentos não hormonais: opções e eficácia

Há uma variedade de estratégias não hormonais para lidar com os sintomas da menopausa. Dra. Márcia destacou que o tratamento deve ser individualizado e pode incluir mudanças no estilo de vida, alimentação, suplementação, fitoterápicos e até medicações convencionais que não são hormônios.

“A menopausa pode apresentar mais de 70 sintomas diferentes. Já tive paciente usando dois antidepressivos, com quadro de depressão que, na verdade, era consequência da disbiose intestinal relacionada ao climatério”, relatou.

Entre as opções, a médica apontou como eficazes:

• Atividade física regular – que melhora a massa magra, o humor e reduz risco cardiovascular;
• Alimentação funcional – com alimentos que têm ação estrogênica natural, como soja, linhaça e amendoim;
• Meditação, mindfulness e espiritualidade – que ajudam na regulação emocional e redução dos fogachos;
• Fitoterápicos e suplementos naturais – como resveratrol (presente na uva e mirtilo), cúrcuma, magnésio, vitamina D, ômega 3, entre outros.

“Existem medicamentos naturais que imitam a ação dos nossos hormônios, como as isoflavonas da soja. Não são milagrosos, mas ajudam bastante. Também há medicações alternativas, como a paroxetina, um antidepressivo que pode aliviar fogachos e irritabilidade”, disse.

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Quando o tratamento não hormonal é indicado

Segundo a ginecologista, há casos em que a reposição hormonal é contraindicada, como em mulheres com histórico pessoal de câncer de mama ou que apresentam alto risco cardiovascular, como infartos prévios. Já mulheres com histórico familiar (mãe, avó) devem ser avaliadas caso a caso.

“É mito pensar que toda mulher com pressão alta não pode usar hormônio. Mas se já infartou ou tem risco alto, aí sim é contraindicado. A gente precisa avaliar com critério”, alertou.

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A importância do acompanhamento médico

Dra. Márcia enfatizou que automedicação continua sendo um problema no Brasil e que o acompanhamento médico é essencial, especialmente para pacientes que optam por não usar hormônios.

“Menopausa não se trata com receita de um ano. É preciso acompanhamento contínuo, com consultas regulares, avaliação do estilo de vida, da alimentação e até do estado emocional. Cada mulher é única.”

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Serviço

A Dra. Márcia Suely atende na Clínica Vitalis, localizada no Edifício Premier, e também está disponível para tirar dúvidas pelo Instagram @dra.m.l.