Ginecologista destaca importância do cuidado com a menopausa em mulheres sobreviventes ao câncer de mama
Muitas mulheres que passaram pelo câncer de mama acabam entrando em uma menopausa precoce
Durante o quadro Mulheres em Pauta, a ginecologista Dra. Márcia Suely abordou um tema de grande relevância: o tratamento da menopausa em mulheres que sobreviveram ao câncer de mama. Ela destacou os desafios, cuidados e alternativas terapêuticas para melhorar a qualidade de vida dessas pacientes.
Dra. Márcia explicou que muitas mulheres que passaram pelo câncer de mama acabam entrando em uma menopausa precoce, seja de forma natural ou induzida pelos tratamentos hormonais.
“Essas pacientes, às vezes com 40 ou 45 anos, entram numa menopausa provocada pelo tratamento. É uma menopausa abrupta, com sintomas muito intensos, ondas de calor, insônia, irritabilidade e ressecamento”, explicou.
A especialista destacou que, nesses casos, o uso da terapia hormonal tradicional é contraindicado, por conta dos riscos relacionados ao histórico do câncer.
“Mesmo que existam alguns estudos sobre o uso de terapia hormonal, eles ainda não são robustos o suficiente para garantir segurança. A Sociedade Brasileira de Mastologia não recomenda o tratamento com hormônios convencionais para essas mulheres”, alertou.
Segundo Dra. Márcia Suely, há alternativas eficazes e seguras para aliviar os sintomas, sem recorrer à reposição hormonal.
“Essas mulheres não estão condenadas a sofrer. Há muito que podemos fazer. O estilo de vida tem um papel fundamental. Atividade física regular melhora o sono, reduz ondas de calor, diminui a obesidade — que é um fator de risco para a recorrência do câncer de mama e ajuda na saúde geral”, explicou.
A médica também destacou o uso de suplementos e terapias complementares sob orientação médica:
“O magnésio, por exemplo, é excelente para o sono, as dores e as ondas de calor. Vitamina D, cálcio, vitamina E, melatonina e até plantas como a maca peruana podem ajudar, mas sempre com acompanhamento do mastologista e do oncologista.”
A ginecologista explicou que na Clínica Vitalis, onde atua, foi desenvolvido um protocolo específico para atender mulheres nessa fase.
“Montamos um acompanhamento com nutricionista, fisioterapeuta e equipe médica. Trabalhamos a nutrição, o fortalecimento do assoalho pélvico e o uso de recursos como ácido hialurônico, quando necessário. Tudo para garantir conforto e bem-estar”, destacou.
A médica encerrou a entrevista com uma mensagem de esperança e incentivo às mulheres.
“Cuidem-se, conversem com seus médicos e nunca se automediquem. É possível viver essa fase com qualidade e bem-estar, mesmo após o câncer de mama.”
Quem quiser mais informações pode acompanhar a médica no Instagram @dramarciasuely ou da @clinicavitalis.