“Folheteiro é igual a político tem que estar onde o povo está”, diz novo cidadão feirense, Jurivaldo Alves
Agradecido pelo reconhecimento por parte do Legislativo, o artista ponderou sobre a similaridade entre a atividade profissional exercida por ele e a desempenhada pelos parlamentares.
Considerado um dos cordelistas mais populares da Bahia, Jurivaldo Alves da Silva recebeu na manhã desta quinta-feira (14) o título de Cidadão Feirense e foi condecorado com a Comenda Maria Quitéria, em sessão solene na Câmara Municipal. Agradecido pelo reconhecimento por parte do Legislativo, o artista ponderou sobre a similaridade entre a atividade profissional exercida por ele e a desempenhada pelos parlamentares. “Folheteiro é igual a político: tem que estar onde o povo está”, disse, ressaltando a importância do trabalho de divulgação da literatura de cordel.
Após sair de sua terra natal, declarou Jurivaldo, “por felicidade” encontrou esta localidade chamada Princesa do Sertão. “Não tem um cidadão que more nesta cidade e goste dela, que não tenha a vontade de ser cidadão feirense. Por isso, me sinto muito orgulhoso neste momento”, revelou. Seu desejo, acrescentou ele, era o de compartilhar as homenagens com todos os que contribuíram com o sucesso da sua carreira. Como se trata de uma tarefa difícil, pois “não seria pouca gente”, ele escolheu dois nomes para simbolizar sua gratidão.
“Dedico (as homenagens) a Antonio Alves, que foi o meu mestre e um dos maiores cordelistas da Bahia. E a Antonio Carlos Borges Júnior (ex-secretário municipal)”, disse ele. Este último lhe proporcionou a mudança de uma antiga barraca onde vendia cordéis no meio da rua para um espaço adequado dentro do Mercado de Artes. Trabalhando com projetos não só na Bahia, mas em grande parte do Nordeste, através de feiras e bienais, Jurivaldo se tornou referência. “Inclusive até uma pesquisadora francesa, que figura entre as maiores autoridades em cordéis, veio aqui ao meu encontro”, frisou.
A Mesa de Honra, dirigida pela presidente do Legislativo, Eremita Mota (PSDB), foi formada também pelo autor da sessão, vereador Correia Zezito (Patriota), o homenageado e seus filhos Antônia Patrícia Oliveira e Abdon Oliveira. Responsável por solicitar a concessão da homenagem, o vereador Correia Zezito (Patriota) ressaltou que o cordelista construiu seu legado em Feira de Santana, onde reside há 50 anos. “É um dia especial. Fico feliz por estar contribuindo para prestar esta homenagem”, disse. Jurivaldo não se limita, observou ele, a trabalhar no Mercado de Arte. Itinerante, “faz questão de sair mostrando os cordéis e as vezes doa seus materiais às crianças e pessoas que se interessam”.
FILHA DECLAMA HISTÓRIA DO PAI
Filha de Jurivaldo Alves, Antônia Patrícia declamou em forma de cordel a história do pai. Definindo-o como “um guerreiro”, disse que ele estudou apenas até o antigo primário, mas hoje possui “pós-doutorado no mercado popular”. “Folhetos de cordel o fizeram triunfante. Ele vive sempre radiante e divulgando o seu trabalho, portanto a homenagem é merecida”, declarou. “Este foi um excelente presente de aniversário”, disse seu outro filho, Abdon Silva, informando que na próxima segunda (18), o artista completa idade nova. Ao final da solenidade houve apresentação musical do Poeta Ceará, cearense radicado em Feira há mais de 40 anos, e foram distribuídos diversos exemplares de cordéis por Jurivaldo.
Prestigiaram o evento com a presença no plenário e galeria da Casa os vereadores Pedro Américo (União Brasil), Luiz da Feira (Avante) e Jhonatas Monteiro (PSOL), a esposa Ana Diolina Oliveira, Albino Oliveira da Silva, Marlon Oliveira da Silva, os netos Andrew Costa e Silva, Andressa Costa e Silva, alem de Graça Cordeiro (representando o secretário Municipal do Trabalho e Turismo, Wilson Falcão), Rosangela Cerqueira Santos e o violeiro João Crispim Ramos.