Fisioterapeuta alerta sobre riscos do excesso de peso das mochilas no início do ano letivo
Além da escolha do peso adequado, a mochila também precisa ter o tamanho correto.
O início das aulas traz à tona a preocupação com a saúde dos estudantes, especialmente no que diz respeito ao peso das mochilas carregadas por crianças e adolescentes. O fisioterapeuta e empresário Vinícius Oliveira, da Reabserv, destacou os riscos de carregar mochilas excessivamente pesadas e os impactos que isso pode ter na saúde física dos jovens.
“A questão do peso das mochilas é muito relevante, principalmente porque afeta crianças e adolescentes que estão em fase de desenvolvimento neurológico e muscular”, iniciou Vinícius, alertando sobre os riscos de sobrecarregar a coluna e outros músculos em crescimento. “Se a carga da mochila for muito pesada, pode causar problemas de postura, como escoliose, ou até fraqueza muscular”, explicou.
Para ajudar a prevenir esses problemas, o fisioterapeuta sugeriu que os pais atentem-se ao peso ideal da mochila.
“Se uma criança pesa 30 kg, por exemplo, a mochila não deve ultrapassar 3 kg, o que equivale a cerca de 10% do peso corporal. Isso significa que livros, cadernos e utensílios não devem somar mais do que 2,5 kg”, detalhou. Ele também enfatizou a importância de manter a mochila bem organizada e adequada às necessidades diárias, evitando sobrecarga desnecessária.
Vinícius destacou que, além da escolha do peso adequado, a mochila também precisa ter o tamanho correto.
“A mochila deve cobrir a região do tronco, sem ser muito grande nem muito pequena. O ideal é que ela chegue até a linha da calça jeans e não ultrapasse o pescoço ou a região do bumbum”, disse. Ele explicou que, além das mochilas de costas, as mochilas de rodinha também devem ser usadas com cautela, já que, em alguns casos, podem exigir que a criança carregue o peso nas escadas.
Outro ponto importante abordado pelo fisioterapeuta foi a relação entre o peso das mochilas e a falta de atividade física das crianças.
“As crianças precisam de uma base física forte para suportar o peso das mochilas. Infelizmente, vemos poucas crianças participando de atividades físicas regulares, como corridas ou treinos de força”, observou. Ele sugeriu que os pais incentivem a prática de exercícios físicos, que podem ajudar a melhorar a força muscular e prevenir futuros problemas.
Vinícius também ressaltou a importância de um bom ambiente escolar, com cadeiras ergonômicas que se adaptem às necessidades dos alunos.
“A escola precisa oferecer um mobiliário adequado, pois isso também influencia na saúde das crianças”, explicou.
Em relação à prevenção, Vinícius destacou que “o mais importante é a conscientização. A Reabserv, além de trabalhar na reabilitação, tem um compromisso social com a educação e prevenção, alertando a comunidade sobre os riscos do excesso de peso nas mochilas e outros cuidados com a saúde.”
Com essa abordagem, o fisioterapeuta reforçou que a prevenção de lesões é sempre o melhor caminho, e que as crianças que se cuidam hoje têm mais chances de evitar problemas de saúde no futuro. “A prevenção custa muito menos do que o tratamento. Por isso, é fundamental educar desde cedo”, concluiu.