Rafael Marques

Os fiéis lotaram a Igreja Santo Antônio dos Frades Capuchinhos, desde a manhã deste domingo (12), onde aconteceu a tradicional Festa dos Romeiros. Caravanas de diversos municípios chegaram cedo para reviver o momento. É que os festejos estavam suspensos desde 2020, devido à pandemia de Covid-19.

Segundo divulgou as redes sociais da Rádio Sociedade News, o evento reuniu cerca de 2.500 romeiros devotos do santo casamenteiro.

Recém chegado à Paróquia, o Frei Liomar Pereira, contou como foi poder vivenciar pela primeira vez a procissão.

“É uma experiência muito nova, e eu aprendi uma lição, não somos os frades que acolhe o povo, quem acolhe é o próprio Santo Antônio, que é poderoso. A sensação que tenho é que não somos nós quem acolhemos os romeiros, é Santo Antônio”, celebrou.

A carreata percorreu as avenidas Presidente Dutra e Getúlio Vargas, seguiu pela rua São Domingos e retornou à igreja dos Capuchinhos.

Quem fez questão de participar, foi Neto do Berrante. Ele destacou que o ato é importante para manter a cultura.

“Participo há muitos anos, porque isso faz com que nós, nordestinos e brasileiros, mantenhamos a cultura e o amor ao santo”, disse.

Dona Edileuza da Silva, revelou que acompanha religiosamente a festa desde criança.

“É uma glória para nós. Desde criança que minha mãe nos trazia, mais uma vez estou aqui e pretendo vir ano que vem, em nome de Jesus”, prometeu.

Já dona Vera Lúcia Alves, aproveitou para agradecer a Deus pelo aniversário de casamento.

“Resolvi vir hoje porque é uma benção pra mim, completo aniversário de casamento e agradeço pelo meu marido, meu filho, minha neta e toda a família”, respondeu.

Para seu Jorge da Costa, que é pessoa com deficiência (PCD), e seguiu a profissão em um triciclo, o sentimento é de confiança e gratidão.

“Vitoria e confiança. Acreditei, confiei e não me arrependi. Estou aqui agradecendo. Eu herdei essa tradição dos meus antepassados”, salientou.

Devota fervorosa de Santo Antônio, Selma Lima confessou que mantém o legado deixado por sua avó, que não perdia as romarias.

“Sou devota, e herdei isso de minha avó, ela fazia a trezena em casa todos os anos e sempre me trazia”.

Emocionada, dona Ilda da Costa, expressou por qual razão é admiradora do venerável.

“Mês passado completei 82 anos, e estou aqui pelas graças de Deus. A pandemia aliviou e a gente veio de novo. Tudo o que eu peço, acho”.

O arcebispo emérito Dom Itamar Vian, avaliou o ensejo como histórico.

“Estamos revivendo um momento histórico e especial. Foram dois anos de muito sofrimento, mortes, e agradecemos a Deus pela retomada”, proferiu.