Feridas em acamados: especialista alerta sobre prevenção e tratamento
De acordo com a Sociedade Brasileira de Estomaterapia, entre 16% e 29% dos pacientes internados desenvolvem lesões por pressão.
As lesões por pressão, popularmente conhecidas como escaras, são um desafio no cuidado de pacientes acamados e cadeirantes. A estomaterapeuta e feridóloga Áquila Chahinne destacou a importância da prevenção e do tratamento adequado dessas feridas, que podem levar a complicações graves e até ao óbito.
“É um desafio tratar a ferida em pacientes acamados. Esse deve ser um dos temas mais importantes que abordamos, porque atinge muitas pessoas. No entanto, muitas vezes, quem cuida de um idoso ou de um cadeirante não sabe como proceder diante dessas lesões”, afirmou a especialista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Estomaterapia, entre 16% e 29% dos pacientes internados desenvolvem lesões por pressão.
“Imagine: a cada 100 pessoas internadas, até 29 podem sair do hospital com esse tipo de ferida. O problema também afeta idosos que estão em casa. Dados mostram que, a cada 100 idosos acamados, 21 podem desenvolver uma lesão por pressão”, explicou.
Essas feridas aparecem quando o paciente permanece por muito tempo na mesma posição, principalmente em áreas de proeminências ósseas, como calcanhares, cóccix e quadris.
“A pressão prolongada reduz o fluxo sanguíneo, impedindo a chegada de nutrientes e oxigênio à pele. Isso faz com que o tecido morra e a ferida se abra”, detalhou a feridóloga.
Além disso, fatores como desidratação, desnutrição e umidade contribuem para o surgimento dessas lesões.
“Muitas vezes, é reduzido a oferta de água para evitar trocas constantes de fralda, mas isso aumenta o risco de feridas. A hidratação e a alimentação adequada são fundamentais para fortalecer o sistema imunológico e evitar o problema”, alertou.
Para prevenir as lesões, especialistas recomendam movimentar o paciente regularmente.
“A orientação geral é mudar a posição a cada duas horas, mas para idosos mais frágeis, pode ser necessário um intervalo ainda menor. Cada caso deve ser avaliado por um profissional”, afirmou Áquila.
Além disso, o uso de colchões adequados é essencial. “Por muito tempo, o colchão casca de ovo foi considerado a melhor opção, mas hoje sabemos que ele não é o mais indicado. O recomendado é o colchão pneumático, que funciona ligado à tomada e insufla e desinsufla bolsas de ar a cada 20 minutos, aliviando a pressão nas áreas de risco”, explicou.
Quando a ferida já está presente, o tratamento especializado é indispensável. “Muitas pessoas acreditam que aquela parte escura da ferida é um ‘cascão bom’ que está se formando, mas na verdade, isso indica necrose, ou seja, morte do tecido. Quanto mais escuro, mais profundo e mais perigoso”, alertou a especialista.
O tratamento inclui a limpeza adequada, remoção do tecido morto (desbridamento) e a aplicação de curativos específicos.
“Hoje, temos tecnologias como laserterapia e terapia por pressão negativa, que aceleram a cicatrização. O ideal é sempre procurar um profissional capacitado, pois muitos pacientes passam anos com feridas abertas sem saber que podem cicatrizar com o tratamento correto”, finalizou Dra Áquila Chahinne.
A prevenção e o tratamento adequado das lesões por pressão são essenciais para garantir qualidade de vida aos pacientes acamados. O acompanhamento de um profissional especializado faz toda a diferença no processo de recuperação e na redução dos riscos associados a essas feridas.
A Dra. Áquila Chahinne atende na clínica Dr. Curativos, que oferece um atendimento especializado, desde a prevenção até a cicatrização, com um cuidado especial voltado para pacientes diabéticos e acamados. A clínica está localizada no Edifício Ícone, na Avenida Getúlio Vargas, 792, no 11º andar, sala 1107, e você pode entrar em contato pelo telefone (75) 9 9300-9473.
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