Feirense relata momento de desespero e calamidade no Rio Grande do Sul
O intuito era celebrar o segundo aniversário de casamento na cidade de Gramado.
As fortes chuvas que assolam o estado do Rio Grande do Sul deixaram marcas profundas na vida de muitos, inclusive na da engenheira Tayane Canuto de Araújo Barbosa, de 25 anos, residente em Feira de Santana. O intuito era celebrar o segundo aniversário de casamento na cidade de Gramado.
Tayane relatou sua experiência em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da rádio Princesa FM, destacando os momentos de tensão e a solidariedade vivenciada durante os dias de tormenta.
“A passeio pra comemorar dois anos de casados e a gente voltou na terça-feira passada. Hoje completa uma semana que a gente estava lá e fomos pra passear, nosso intuito era esse”, compartilha Tayane.
O casal, acompanhado da sogra, chegou à cidade de Gramado no dia 30 de abril. Contudo, o que começou como uma celebração logo se transformou em uma luta pela sobrevivência quando as chuvas torrenciais castigaram a região.
“Lá em Gramado o que chamou bastante atenção, a gente nos preocupou com a questão dos funcionários de lá que a gente foi conversando com os funcionários do hotel, funcionários do restaurante, que a gente ia e todos eles eram de cidades vizinhas e eles traziam os relatos que as cidades já estavam sendo alagadas”, relata.
A situação se agravou quando decidiram retornar para Feira de Santana, encontrando estradas fechadas e deslizamentos de terra.
“Então a gente passou dois dias em Porto Alegre alagados. No dia que a gente chegou na terça-feira, foi de bastante chuva e passou a semana todinha com muita chuva”, acrescenta.
O trajeto para Porto Alegre, onde esperavam encontrar uma rota de fuga, foi repleto de desafios.
“A gente entrou em contato com um transfer de lá que a gente fez uma amizade e ele falou pro meu esposo que tinha uma rota que a gente ainda conseguiria ter esse acesso, uma estrada de chão, aí a gente foi por uma cidade chamada Santa Maria do Herval, uma estrada de chão realmente bem ruim”, detalha.
Apesar do medo, da incerteza e dos obstáculos, a solidariedade prevaleceu.
“O que surpreendeu muito foi as pessoas, a hospitalidade do pessoal daquele hotel que a partir daquele momento não pensaram somente no financeiro, eles fizeram tudo que tinha ali para a gente sobreviver”, disse.
Após dias de tensão e incerteza, Tayane e sua família conseguiram retornar a Feira de Santana, mas as lições aprendidas durante essa experiência ficarão para sempre.
“O principal é dar valor às pequenas coisas. A alimentação mesmo foi uma coisa que ficou ficou puxada lá porque não estava mais conseguindo chegar nada ao hotel e aí a gente começou a almoçar pizza começou a almoçar o que tinha lá no hotel”, reflete.