Feira de Santana terá protesto em defesa da democracia, por eleições livres
Conforme a pesquisa, o número de domicílios com pessoas passando fome saltou de 19,1 milhões, em 2020, para 33,1 milhões, no ano de 2021.
Nesta quinta-feira (11), diversos setores da sociedade irão às ruas contra a escalada autoritária do governo Bolsonaro. Centenas de atos públicos ocorrerão nas cinco regiões do país para marcar o Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro: em defesa da democracia e por eleições livres, direitos sociais, contra a violência, o desemprego e a fome. Em Feira de Santana, a manifestação acontecerá às 16h, em frente à Prefeitura Municipal. A diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), em unidade com entidades sindicais, movimentos estudantis, sociais, populares e partidos políticos, estará presente.
A proposta da manifestação é desarticular a intenção do presidente de deslegitimar o sistema eleitoral brasileiro e as instituições do país, como ocorreu em julho deste ano, quando reuniu embaixadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, para novamente levantar suspeitas infundadas sobre a segurança do processo eleitoral de 2022. Na ocasião, o gestor ainda criticou as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sinalizou sobre possíveis fraudes ao voto eletrônico, mas sem apresentar provas sobre as declarações contra as urnas. Bolsonaro também estimula seus apoiadores a atacarem as instituições e a democracia em atos do 7 de setembro.
Além das ameaças, os manifestantes também lutam contra a violência política e a crise político-econômica e social que relega à maioria da população a fome e o desemprego. Um levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), divulgada este ano, mostra que a continuidade do desmonte de políticas públicas, o aumento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornou a insegurança alimentar ainda mais presente entre as famílias brasileiras. Conforme a pesquisa, o número de domicílios com pessoas passando fome saltou de 19,1 milhões, em 2020, para 33,1 milhões, no ano de 2021. Ao mesmo tempo, a renda média do trabalhador caiu 5,1% em 12 meses. No mesmo período, o preço da cesta básica aumentou até 26,46%.
A política do governo Bolsonaro também impôs reflexos desastrosos à saúde e à educação, ataca direitos sociais, desmonta os serviços públicos e precariza as condições de vida das trabalhadoras e trabalhadores. Os constantes cortes nos recursos da Educação, por exemplo, podem inviabilizar o funcionamento de instituições federais de ensino, como é o caso de 17 universidades, que correm o risco de ter de parar as atividades a partir de setembro.
Para os manifestantes, somente a população, nas ruas, será capaz de reverter os ataques em curso e garantir a melhoria das condições de vida das (os) trabalhadoras (es). Em Feira de Santana, o protesto está sendo organizado pelo Movimento Juntos pelo Brasil Contra o Fascismo em Feira de Santana. A diretoria da Adufs compõe o grupo e participa ativamente da construção e da realização das mobilizações por ele organizadas.