Feira de Santana reúne todos os critérios para ter uma universidade federal, diz especialista
Prof. Dr. Freud Romão apresenta dados que reforçam o potencial de Feira de Santana para sediar uma universidade federal
Em visita a Feira de Santana, o professor Dr. Freud Romão, pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), trouxe números e argumentos que reforçam o potencial da cidade para receber uma universidade federal. Durante entrevista concedida ao programa Jornal do Meio Dia, com Jorge Biancchi, ele destacou a importância do ensino superior público e gratuito para o desenvolvimento social e econômico da região.
“Criar uma universidade federal é acender uma luz que traz conhecimento, não só no ensino, mas também na pesquisa, na extensão e na inovação”, afirmou o professor. Ele se disse encantado com o potencial de Feira de Santana e destacou que a cidade já possui um ambiente propício para o desenvolvimento de empresas, negócios e inovação. Contudo, Romão apontou que a oferta de vagas no ensino superior público ainda é insuficiente para atender a população de mais de 2 milhões de habitantes da região intermediária de Feira de Santana.
Atualmente, a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) oferece cerca de 2.187 vagas anuais, o que representa menos de 1% da demanda da população local. Para o professor Romão, esse dado derruba qualquer argumento de que as instituições existentes seriam suficientes.
“A Bahia, com quase 15 milhões de habitantes, possui apenas quatro universidades federais. Minas Gerais, com 21 milhões, tem 11. Tocantins, com 1,5 milhão de habitantes, possui duas universidades federais. Isso mostra o quanto ainda estamos abaixo da média em comparação a outros estados”, enfatizou.
Romão destacou que a criação de uma universidade federal exige mobilização e engajamento de diversos setores da sociedade.
“Não se cria uma universidade federal sem o engajamento da sociedade. Prefeitos, vereadores, imprensa e comunidade precisam unir forças”, disse. Ele trouxe como exemplo a experiência de fundação da UFNT, criada em 2019 em Araguaína (TO), por meio de audiências públicas e articulação política.
O professor acredita que Feira de Santana tem todas as condições para iniciar esse processo, mas ressalta que é essencial a união de esforços.
“A classe política, a sociedade e a imprensa precisam abraçar essa causa. Uma universidade federal trará mais cursos, fomentará a tecnologia e a pesquisa, e será um motor para o desenvolvimento sustentável da região”, afirmou.
Além de ampliar o acesso ao ensino superior, a implantação de uma universidade federal em Feira de Santana traria impactos econômicos e sociais significativos.
“A criação de uma universidade gera novos postos de trabalho, atrai professores e técnicos de fora, e injeta recursos federais na economia local”, explicou Romão. Ele também destacou o papel da universidade na produção de soluções para problemas locais, como a convivência com o semiárido, o desenvolvimento de energias renováveis e a economia de baixo carbono.
O professor concluiu reiterando sua disposição em colaborar com projetos científicos e parcerias que fortaleçam o ensino superior em Feira de Santana.
“Estou encantado com a cidade e acredito que, com união e determinação, essa universidade será uma realidade”, declarou.
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